sexta-feira, abril 21, 2023

Estudando para Concurso Público (by Chat-GPT)

"Tentar estudar para um concurso público é como tentar manter uma dieta saudável.
Você começa motivado, determinado e cheio de energia, mas antes que perceba, já está devorando um pacote inteiro de biscoitos e assistindo Netflix por horas a fio.
Não importa o quanto você tente se manter no caminho certo, as tentações estão sempre lá, à espreita.
A verdade é que é fácil se distrair quando se estuda para um concurso.
Há tantas coisas acontecendo ao nosso redor que pode ser difícil manter o foco.
E se isso não fosse suficiente, há também a ansiedade que pode nos paralisar e nos impedir de seguir em frente.
Então, como podemos manter uma preparação consistente para um concurso público?
Bem, em primeiro lugar, precisamos aprender a controlar a nossa ansiedade.
Isso pode ser feito através de práticas de relaxamento, como a meditação, ou simplesmente tirando um tempo para fazer algo que gostamos.
Também é importante manter as nossas expectativas realistas e evitar comparar a nossa jornada com a de outras pessoas.
Além disso, é importante lembrar que a preparação para um concurso não é uma corrida de curta distância, mas sim uma maratona.
Não é sobre estudar intensivamente por algumas semanas e depois esquecer tudo.
É sobre manter uma rotina de estudos constante e consistente, mesmo quando não estamos com muita vontade.
E finalmente, não devemos permitir que as nossas tentativas de preparação para um concurso afetem as pessoas ao nosso redor.
É importante lembrar que a nossa jornada é nossa e só nossa.
Não devemos culpar os outros pelas nossas falhas ou fazer com que eles se sintam mal por não estarem seguindo a mesma jornada que nós.
Em resumo, estudar para um concurso público pode ser difícil, mas não precisa ser um pesadelo.
Com a abordagem certa, podemos manter uma preparação consistente, controlar a ansiedade e, acima de tudo, manter um senso de humor sobre o processo."

domingo, abril 16, 2023

A ÚLTIMA PERGUNTA - ISAAC ASIMOV

"Esta é de longe a minha história favorita de todas as que escrevi. Afinal, me comprometi a contar vários trilhões de anos da história humana no espaço de um conto e deixo para vocês avaliarem se fui bem-sucedido. Também me comprometi a outra tarefa, mas não vou lhes dizer o que foi para não estragar a história para vocês. É um fato curioso que inúmeros leitores me perguntaram se eu escrevi esta história. Eles parecem nunca se lembrar do título da história ou (com certeza) o autor, exceto pelo vago pensamento de que poderia ser eu. Mas, é claro, eles nunca esquecem a história em si, especialmente o final. A ideia parece abafar tudo - e estou convencido de que deveria." (Isaac Asimov)

A última pergunta foi feita pela primeira vez, meio que de brincadeira, no dia 21 de maio de 2061, quando a humanidade dava seus primeiros passos em direção à luz. A questão nasceu como resultado de uma aposta de cinco dólares movida a álcool, e aconteceu da seguinte forma.
Alexander Adell e Bertram Lupov eram dois dos fiéis assistentes da Multivac. Eles conheciam melhor do que qualquer outro ser humano o que se passava por trás das milhas e milhas da carcaça luminosa, fria e ruidosa daquele gigantesco computador. Ainda assim, os dois homens tinham apenas uma vaga noção do plano geral de circuitos que há muito haviam crescido além do ponto em que um humano solitário poderia sequer tentar entender. Multivac ajustava-se e corrigia-se sozinho. E assim tinha de ser, pois nenhum ser humano poderia fazê-lo com velocidade suficiente, e tampouco da forma adequada. Deste modo, Adell e Lupov operavam o gigante apenas sutil e superficialmente, mas, ainda assim, tão bem quanto era humanamente possível. Eles o alimentavam com novos dados, ajustavam as perguntas de acordo com as necessidades do sistema e traduziam as respostas que lhes eram fornecidas. Os dois, assim como seus colegas, certamente tinham todo o direito de compartilhar da glória que era Multivac.
Por décadas, Multivac ajudou a projetar as naves e enredar as trajetórias que permitiram ao homem chegar à Lua, Marte e Vênus, mas para além destes planetas, os parcos recursos da Terra não foram capazes de sustentar a exploração. Fazia-se necessária uma quantidade de energia grande demais para as longas viagens. A Terra explorava suas reservas de carvão e urânio com eficiência crescente, mas havia um limite para a quantidade de ambos. No entanto, lentamente Multivac acumulou conhecimento suficiente para responder questões mais profundas com maior fundamentação, e em 14 de maio de 2061, o que não passava de teoria tornou-se real.
A energia do Sol foi capturada, convertida e utilizada diretamente em escala planetária. Toda a Terra paralisou suas usinas de carvão e fissões de urânio, girando a alavanca que conectou o planeta inteiro a uma pequena estação, de uma milha de diâmetro, orbitando a Terra à metade da distância da Lua. O mundo passou a correr através de feixes invisíveis de energia solar.
Sete dias não foram o suficiente para diminuir a glória do feito e Adell e Lupov finalmente conseguiram escapar das funções públicas e encontrar-se em segredo onde ninguém pensaria em procurá-los, nas câmaras desertas subterrâneas onde se encontravam as porções do esplendoroso corpo enterrado de Multivac. Subutilizado, descansando e processando informações com estalos preguiçosos, Multivac também havia recebido férias, e os dois apreciavam isso. A princípio, eles não tinham a intenção de incomodá-lo.
Haviam trazido uma garrafa consigo e a única preocupação de ambos era relaxar na companhia do outro e da bebida.
“É incrível quando você para pra pensar…,” disse Adell. Seu rosto largo guardava as linhas da idade e ele agitava o seu drink vagarosamente, enquanto observava os cubos de gelo nadando desengonçados. “Toda a energia que for necessária, de graça, completamente de graça! Energia suficiente, se nós quiséssemos, para derreter toda a Terra em uma grande gota de ferro líquido, e ainda assim não sentiríamos falta da energia utilizada no processo.
Toda a energia que nós poderíamos um dia precisar, para sempre e eternamente.”
Lupov movimentou a cabeça para os lados. Ele costumava fazer isso quando queria contrariar, e agora ele queria, em parte porque havia tido de carregar o gelo e os utensílios.
“Eternamente não,” ele disse.
“Ah, diabos, quase eternamente. Até o sol se apagar, Bert.”
“Isso não é eternamente.”
“Está bem. Bilhões e bilhões de anos. Dez bilhões, talvez. Está satisfeito?”
Lupov passou os dedos por entre seus finos fios de cabelo como que para se assegurar de que o problema ainda não estava acabado e tomou um gole gentil da sua bebida. “Dez bilhões de anos não é a eternidade”.
“Bom, vai durar pelo nosso tempo, não vai?”
“O carvão e o urânio também iriam.”
“Está certo, mas agora nós podemos ligar cada nave individual na Estação Solar, e elas podem ir a Plutão e voltar um milhão de vezes sem nunca nos preocuparmos com o combustível. Você não conseguiria fazer isso com carvão e urânio. Se não acredita em mim, pergunte ao Multivac.”
“Não preciso perguntar a Multivac. Eu sei disso.”
“Então trate de parar de diminuir o que Multivac fez por nós,” disse Adell nervosamente, “Ele fez tudo certo”.
“E quem disse que não fez? O que estou dizendo é que o Sol não vai durar para sempre. Isso é tudo que estou dizendo. Nós estamos seguros por dez bilhões de anos, mas e depois?” Lupov apontou um dedo levemente trêmulo para o companheiro. “E não venha me dizer que nós iremos trocar de Sol.”
Houve um breve silêncio. Adell levou o copo aos lábios apenas ocasionalmente e os olhos de Lupov se fecharam. Descansaram um pouco, e quando suas pálpebras se abriram, disse, “Você está pensando que iremos conseguir outro Sol quando o nosso estiver acabado, não está?”
“Não, não estou pensando.”
“É claro que está. Você é fraco em lógica, esse é o seu problema. É como o personagem da história, que, quando surpreendido por uma chuva, corre para um grupo de árvores e abriga-se embaixo de uma. Ele não se preocupa porque quando uma árvore fica molhada demais, simplesmente vai para baixo de outra.”
“Entendi,” disse Adell. “Não precisa gritar. Quando o sol se for, as outras estrelas também terão se acabado.”
“Pode estar certo de que sim” murmurou Lupov. “Tudo teve início na explosão cósmica original, o que quer que tenha sido, e tudo terá um fim quando as estrelas se apagarem. Algumas se apagam mais rápido que as outras. Ora, as gigantes não duram cem milhões de anos. O sol irá brilhar por dez bilhões de anos e talvez as anãs permaneçam assim por duzentos bilhões. Mas nos dê um trilhão de anos e só restará a escuridão. A entropia deve aumentar ao seu máximo, e é tudo.”
“Eu sei tudo sobre a entropia,” disse Adell, mantendo a sua dignidade.
“Duvido que saiba.”
“Eu sei tanto quanto você.”
“Então você sabe que um dia tudo terá um fim.”
“Está certo. E quem disse que não terá?”
“Você disse, seu tonto. Você disse que nós tínhamos toda a energia de que precisávamos, para sempre. Você disse ´para sempre`.”
Era a vez de Adell contrariar. “Talvez nós possamos reconstruir as coisas de volta um dia,” ele disse. “Nunca.” “Por que não? Algum dia.”
“Nunca”
“Pergunte a Multivac.”
“Você pergunta a Multivac. Eu te desafio. Aposto cinco dólares que isso não pode ser feito.”
Adell estava bêbado o bastante para tentar, e sóbrio o suficiente para construir uma sentença com os símbolos e as operações necessárias em uma questão que, em palavras, corresponderia a esta: a humanidade poderá um dia sem nenhuma energia disponível ser capaz de reconstituir o sol a sua juventude mesmo depois de sua morte?
Ou talvez a pergunta possa ser posta de forma mais simples da seguinte maneira: A quantidade total de entropia no universo pode ser revertida?
Multivac mergulhou em silêncio. As luzes brilhantes cessaram, os estalos distantes pararam. E então, quando os técnicos assustados já não conseguiam mais segurar a respiração, houve uma súbita volta à vida no visor integrado àquela porção de Multivac. Cinco palavras foram impressas: “DADOS INSUFICIENTES PARA RESPOSTA SIGNIFICATIVA.”
Na manhã seguinte, os dois, com dor de cabeça e a boca seca, já não lembravam do incidente.
Jerrodd, Jerrodine, e Jerrodette I e II observavam a paisagem estelar no visor se transformar enquanto a passagem pelo hiperespaço consumava-se em uma fração de segundos. De repente, a presença fulgurante das estrelas deu lugar a um disco solitário e brilhante, semelhante a uma peça de mármore centralizada no televisor.
“Este é X-23,” disse Jerrodd em tom de confidência. Suas mãos finas se apertaram com força por trás das costas até que as juntas ficassem pálidas.
As pequenas Jerodettes haviam experimentado uma passagem pelo hiperespaço pela primeira vez em suas vidas e ainda estavam conscientes da sensação momentânea de tontura. Elas cessaram as risadas e começaram a correr em volta da mãe, gritando, “Nós chegamos em X-23, nós chegamos em X-23!”
“Quietas, crianças.” Disse Jerrodine asperamente. “Você tem certeza Jerrodd?”
“E por que não teria?” Perguntou Jerrodd, observando a protuberância metálica que jazia abaixo do teto. Ela tinha o comprimento da sala, desaparecendo nos dois lados da parede, e, em verdade, era tão longa quanto a nave.
Jerrodd tinha conhecimentos muito limitados acerca do sólido tubo de metal. Sabia, por exemplo, que se chamava Microvac, que era permitido lhe fazer perguntas quando necessário, e que ele tinha a função de guiar a nave para um destino pré-estabelecido, além de abastecer-se com a energia das várias Estações Sub-Galácticas e fazer os cálculos para saltos no hiperespaço.
Jerrodd e sua família tinham apenas de aguardar e viver nos confortáveis compartimentos da nave. Alguém um dia disse a Jerrodd que as letras “ac” na extremidade de Microvac significavam “automatic computer” em inglês arcaico, mas ele mal era capaz de se lembrar disso.
Os olhos de Jerrodine ficaram úmidos quando observava o visor. “Não tem jeito. Ainda não me acostumei com a ideia de deixar a Terra.”
“Por que, meu Deus?” inquiriu Jerrodd. “Nós não tínhamos nada lá. Nós teremos tudo em X-23. Você não estará sozinha. Você não será uma pioneira. Há mais de um milhão de pessoas no planeta. Por Deus, nosso bisneto terá que procurar por novos mundos porque X-23 já estará superpovoado.” E, depois de uma pausa reflexiva, “No ritmo em que a raça tem se expandido, é uma benção que os computadores tenham viabilizado a viagem interestelar.”
“Eu sei, eu sei”, disse Jerrodine com descaso. Jerrodete I disse prontamente, “Nosso Microvac é o melhor de todos.”
“Eu também acho,” disse Jerrodd, alisando o cabelo da filha.
Ter um Microvac próprio produzia uma sensação aconchegante em Jerrodd e o deixava feliz por fazer parte daquela geração e não de outra. Na juventude de seu pai, os únicos computadores haviam sido máquinas monstruosas, ocupando centenas de milhas quadradas, e cada planeta abrigava apenas um. Eram chamados de ACs Planetários. Durante um milhar de anos, eles só fizeram aumentar em tamanho, até que, de súbito, veio o refinamento. No lugar dos transistores, foram implementadas válvulas moleculares, permitindo que até mesmo o maior dos ACs Planetários fosse reduzido à metade do volume de uma espaçonave.
Jerrodd sentiu-se elevado, como sempre acontecia quando pensava que seu Microvac pessoal era muitas vezes mais complexo do que o antigo e primitivo Multivac que pela primeira vez domou o sol, e quase tão complexo quanto o AC Planetário da Terra, o maior de todos, quando este solucionou o problema da viagem hiper espacial e tornou possível ao homem chegar às estrelas. “Tantas estrelas, tantos planetas,” pigarreou Jerrodine, ocupada com seus pensamentos. “Eu acho que as famílias estarão sempre à procura de novos mundos, como nós estamos agora.”
“Não para sempre,” disse Jerrodd, com um sorriso. “A migração vai terminar um dia, mas não antes de bilhões de anos. Muitos bilhões. Até as estrelas têm um fim, você sabe. A entropia precisa aumentar.”
“O que é entropia, papai?” Jerrodette II perguntou, interessada.
“Entropia, meu bem, é uma palavra para o nível de desgaste do Universo. Tudo se gasta e acaba, foi assim que aconteceu com o seu robozinho de controle remoto, lembra?”
“Você não pode colocar pilhas novas, como em meu robô?”
“As estrelas são as pilhas do universo, querida. Uma vez que elas estiverem acabadas, não haverá mais pilhas.”
Jerrodette I se prontificou a responder. “Não deixe, papai. Não deixe que as estrelas se apaguem.”
“Olha o que você fez,” sussurrou Jerrodine, exasperada.
“Como eu ia saber que elas ficariam assustadas?” Jerrodd sussurrou de volta.
“Pergunte ao Microvac,” propôs Jerrodette I. “Pergunte a ele como acender as estrelas de novo.”
“Vá em frente,” disse Jerrodine. “Ele vai aquietá-las.” (Jerrodette II já estava começando a chorar.)
Jerrodd se mostrou incomodado. “Bem, bem, meus anjinhos, vou perguntar à Microvac.
Não se preocupem, ele vai nos ajudar.” Ele fez a pergunta ao computador, adicionando, “Imprima a resposta”.
Jerrodd olhou para a o fino pedaço de papel e disse, alegremente, “Viram? Microvac disse que irá cuidar de tudo quando a hora chegar, então não há por que se preocupar.” Jerrodine disse, “E agora crianças, é hora de ir para a cama. Em breve nós estaremos em nosso novo lar.”
Jerrodd leu as palavras no papel mais uma vez antes de destruí-lo: DADOS INSUFICIENTES PARA RESPOSTA SIGNIFICATIVA.
Ele deu de ombros e olhou para o televisor, X-23 estava logo à frente.
***

VJ-23X de Lameth fixou os olhos nos espaços negros do mapa tridimensional em pequena escala da Galáxia e disse, “Me pergunto se não é ridículo nos preocuparmos tanto com esta questão.”
MQ-17J de Nicron balançou a cabeça. “Creio que não. No presente ritmo de expansão, você sabe que a galáxia estará completamente tomada dentro de cinco anos.”
Ambos pareciam estar nos seus vinte anos, ambos eram altos e tinham corpos perfeitos.
“Ainda assim,” disse VJ-23X, “hesitei em enviar um relatório pessimista ao Conselho Galáctico.”
“Eu não consigo pensar em outro tipo de relatório. Agite-os. Nós precisamos chacoalhá-los um pouco.”
VJ-23X suspirou. “O espaço é infinito.
Cem bilhões de galáxias estão a nossa espera. Talvez mais.” “Cem bilhões não é o infinito, e está ficando menos ainda a cada segundo. Pense! Há vinte mil anos, a humanidade solucionou pela primeira vez o paradigma da utilização da energia solar, e, poucos séculos depois, a viagem interestelar tornou-se viável. A humanidade demorou um milhão de anos para encher um mundo pequeno e, depois disso, quinze mil para abarrotar o resto da galáxia. Agora a população dobra a cada dez anos…”
VJ-23X interrompeu. “Devemos agradecer à imortalidade por isso.” “Muito bem. A imortalidade existe e nós devemos levá-la em conta. Admito que ela tenha o seu lado negativo. O AC Galáctico já solucionou muitos problemas, mas, ao fornecer a resposta sobre como impedir o envelhecimento e a morte, sobrepujou todas as outras conquistas.”
“No entanto, suponho que você não gostaria de abandonar a vida.”
“Nem um pouco.” Respondeu MQ-17J, emendando. “Ainda não. Eu não estou velho o bastante. Você tem quantos anos?”
“Duzentos e vinte e três, e você?”
“Ainda não cheguei aos duzentos. Mas, voltando à questão; a população dobra a cada dez anos, uma vez que esta galáxia estiver lotada, haverá uma outra cheia dentro de dez anos. Mais dez e teremos ocupado por inteiro mais duas galáxias. Outra década e encheremos mais quatro. Em cem anos, contaremos um milhar de galáxias transbordando de gente. Em mil anos, um milhão de galáxias. Em dez mil, todo o universo conhecido. E depois? VJ-23X disse, “Além disso, há um problema de transporte. Eu me pergunto quantas unidades de energia solar serão necessárias para movimentar as populações de uma galáxia para outra.”
“Boa questão. No presente momento, a humanidade consome duas unidades de energia solar por ano.”
“Da qual a maior parte é desperdiçada. Afinal, nossa galáxia sozinha produz mil unidades de energia solar por ano e nós aproveitamos apenas duas.”
“Certo, mas mesmo com 100% de eficiência, podemos apenas adiar o fim. Nossa demanda energética tem crescido em progressão geométrica, de maneira ainda mais acelerada do que a população. Ficaremos sem energia antes mesmo que nos faltem galáxias. É uma boa questão. De fato, uma ótima questão.”
“Nós precisaremos construir novas estrelas a partir do gás interestelar.”
“Ou a partir do calor dissipado?” perguntou MQ-17J, sarcástico.
“Pode haver algum jeito de reverter a entropia. Nós devíamos perguntar ao AC Galáctico.” VJ-23X não estava realmente falando sério, mas MQ-17J retirou o seu Comunicador-AC do bolso e colocou na mesa diante dele. “Parece-me uma boa ideia,” ele disse. “É algo que a raça humana terá de enfrentar um dia.”
Ele lançou um olhar sóbrio para o seu pequeno Comunicador-AC. Tinha apenas duas polegadas cúbicas e nada dentro, mas estava conectado através do hiperespaço com o poderoso AC Galáctico que servia a toda a humanidade. O próprio hiperespaço era parte integral do AC Galáctico.
MQ-17J fez uma pausa para pensar se algum dia em sua vida imortal teria a chance de ver o AC Galáctico. A máquina habitava um mundo dedicado, onde uma rede de raios de força emaranhados alimentava a matéria dentro da qual ondas de submésons haviam tomado o lugar das velhas e desajeitadas válvulas moleculares. Ainda assim, apesar de seus componentes etéreos, o AC Galáctico possuía mais de mil pés de comprimento.
De súbito, MQ-17J perguntou para o seu Comunicador-AC, “Poderá um dia a entropia ser revertida?”
VJ-23X disse, surpreso, “Oh, eu não queria que você realmente fizesse essa pergunta.”
“Por que não?”
“Nós dois sabemos que a entropia não pode ser revertida. Você não pode construir uma árvore de volta a partir de fumaça e cinzas.”
“Existem árvores no seu mundo?” Perguntou MQ-17J.
O som do AC Galáctico fez com que silenciassem. Sua voz brotou melodiosa e bela do pequeno Comunicador-AC em cima da mesa. Dizia: DADOS INSUFICIENTES PARA RESPOSTA SIGNIFICATIVA.
VJ-23X disse, “Viu!”
Os dois homens retornaram à questão do relatório que tinham de apresentar ao conselho galáctico.

***
A mente de Zee Prime navegou pela nova galáxia com um leve interesse nos incontáveis turbilhões de estrelas que pontilhavam o espaço. Ele nunca havia visto aquela galáxia antes. Será que um dia conseguiria ver todas? Eram tantas, cada uma com a sua carga de humanidade. Ainda que essa carga fosse, virtualmente, peso morto. Há tempos a verdadeira essência do homem habitava o espaço.
Mentes, não corpos! Há eons os corpos imortais ficaram para trás, em suspensão nos planetas. De quando em quando erguiam-se para realizar alguma atividade material, mas estes momentos tornavam-se cada vez mais raros. Além disso, poucos novos indivíduos vinham se juntar à multidão incrivelmente maciça de humanos, mas o que importava? Havia pouco espaço no universo para novos indivíduos.
Zee Prime deixou seus devaneios para trás ao cruzar com os filamentos emaranhados de outra mente.
“Sou Zee Prime, e você?”
“Dee Sub Wun. E a sua galáxia, qual é?”
“Nós a chamamos apenas de Galáxia. E você?”
“Nós também. Todos os homens chamam as suas Galáxias de Galáxias, não é?”
“Verdade, já que todas as Galáxias são iguais.”
“Nem todas. Alguma em particular deu origem à raça humana. Isso a torna diferente.” Zee Prime disse, “Em qual delas?”
“Não posso responder. O AC Universal deve saber.”
“Vamos perguntar? Estou curioso.”
A percepção de Zee Prime se expandiu até que as próprias Galáxias encolhessem e se transformassem em uma infinidade de pontos difusos a brilhar sobre um largo plano de fundo. Tantos bilhões de Galáxias, todas abrigando seus seres imortais, todas contando com o peso da inteligência em mentes que vagavam livremente pelo espaço. E ainda assim, nenhuma delas se afigurava singular o bastante para merecer o título de Galáxia original. Apesar das aparências, uma delas, em um passado muito distante, foi a única do universo a abrigar a espécie humana.
Zee Prime, imerso em curiosidade, chamou: “AC Universal! Em qual Galáxia nasceu o homem?”
O AC Universal ouviu, pois em cada mundo e através de todo o espaço, seus receptores faziam-se presentes. E cada receptor ligava-se a algum ponto desconhecido onde se assentava o AC Universal através do hiperespaço.
Zee Prime sabia de um único homem cujos pensamentos haviam penetrado no campo de percepção do AC Universal, e tudo o que ele viu foi um globo brilhante difícil de enxergar, com dois pés de comprimento.
“Como pode o AC Universal ser apenas isso?” Zee Prime perguntou.
“A maior parte dele permanece no hiperespaço, onde não é possível imaginar as suas proporções.”
Ninguém podia, pois a última vez em que alguém ajudou a construir um AC Universal jazia muito distante no tempo. Cada AC Universal planejava e construía seu sucessor, no qual toda a sua bagagem única de informações era inserida.
O AC Universal interrompeu os pensamentos de Zee Prime, não com palavras, mas com orientação. Sua mente foi guiada através do espesso oceano das Galáxias, e uma em particular expandiu-se e se abriu em estrelas.
Um pensamento lhe alcançou, infinitamente distante, infinitamente claro. “ESTA É A GALÁXIA ORIGINAL DO HOMEM.”
Ela não tinha nada de especial, era como tantas outras. Zee Prime ficou desapontado. “Dee Sub Wun, cuja mente acompanhara a outra, disse de súbito, “E alguma dessas é a estrela original do homem?”
O AC Universal disse, “A ESTRELA ORIGINAL DO HOMEM ENTROU EM COLAPSO. AGORA É UMA ANÃ BRANCA.”
“Os homens que lá viviam morreram?” perguntou Zee Prime, sem pensar.
“UM NOVO MUNDO FOI ERGUIDO PARA SEUS CORPOS HÁ TEMPO.”
“Sim, é claro,” disse Zee Prime. Sentiu uma distante sensação de perda tomar-lhe conta. Sua mente soltou-se da Galáxia do homem e perdeu-se entre os pontos pálidos e esfumaçados. Ele nunca mais queria vê-la.
Dee Sub Wun disse, “O que houve?”
“As estrelas estão morrendo. Aquela que serviu de berço à humanidade já está morta.” “Todas devem morrer, não?”
“Sim. Mas quando toda a energia acabar, nossos corpos irão finalmente morrer, e você e eu partiremos junto com eles.”
“Vai levar bilhões de anos.”
“Não quero que isso aconteça nem em bilhões de anos. AC Universal! Como a morte das estrelas pode ser evitada?”
Dee Sub Wun disse perplexo, “Você perguntou se há como reverter a direção da entropia!” E o AC Universal respondeu: “AINDA NÃO HÀ DADOS SUFICIENTES PARA UMA RESPOSTA SIGNIFICATIVA.”
Os pensamentos de Zee Prime retornaram para sua Galáxia. Não dispensou mais atenção a Dee Sub Wun, cujo corpo poderia estar a trilhões de anos luz, ou na estrela vizinha do corpo de Zee Prime. Não importava.
Com tristeza, Zee Prime passou a coletar hidrogênio interestelar para construir uma pequena estrela para si. Se as estrelas devem morrer, ao menos algumas ainda podiam ser construídas.

***
O Homem pensou consigo mesmo, pois, de alguma forma, ele era apenas um. Consistia em trilhões, trilhões e trilhões de corpos muito antigos, cada um em seu lugar, descansando incorruptível e calmamente, sob os cuidados de autômatos perfeitos, igualmente incorruptíveis, enquanto as mentes de todos os corpos haviam escolhido fundir-se umas às outras, indistintamente. “O Universo está morrendo.”
O Homem olhou as Galáxias opacas. As estrelas gigantes, esbanjadoras, há muito já não existiam. Desde o passado mais remoto, praticamente todas as estrelas consistiam-se em anãs brancas, lentamente esvaindo-se em direção a morte.
Novas estrelas foram construídas a partir da poeira interestelar, algumas por processo natural, outras pelo próprio Homem, e estas também já estavam em seus momentos finais. As Anãs brancas ainda podiam colidir-se e, das enormes forças resultantes, novas estrelas nascerem, mas apenas na proporção de uma nova estrela para cada mil anãs brancas destruídas, e estas também se apagariam um dia.
O Homem disse, “Cuidadosamente controlada pelo AC Cósmico, a energia que resta em todo o Universo ainda vai durar por um bilhão de anos.”
“Ainda assim, vai eventualmente acabar. Por mais que possa ser poupada, uma vez gasta, não há como recuperá-la. A Entropia precisa aumentar ao seu máximo.”
“Pode a entropia ser revertida? Vamos perguntar ao AC Cósmico.”
O AC Cósmico cercava-os por todos os lados, mas não através do espaço. Nenhuma parte sua permanecia no espaço físico. Jazia no hiperespaço e era feito de algo que não era matéria nem energia. As definições sobre seu tamanho e natureza não faziam sentido em quaisquer termos compreensíveis pelo Homem.
“AC Cósmico,” disse o Homem, “como é possível reverter a entropia?”
O AC Cósmico disse, “AINDA NÃO HÀ DADOS SUFICIENTES PARA UMA RESPOSTA SIGNIFICATIVA.”
O Homem disse, “Colete dados adicionais.”
O AC Cósmico disse, “EU O FAREI. TENHO FEITO ISSO POR CEM BILHÕES DE ANOS. MEUS PREDESCESSORES E EU OUVIMOS ESTA PERGUNTA MUITAS VEZES. MAS OS DADOS QUE TENHO PERMANECEM INSUFICIENTES.”
“Haverá um dia,” disse o Homem, “em que os dados serão suficientes ou o problema é insolúvel em todas as circunstâncias concebíveis?”
O AC Cósmico disse, “NENHUM PROBLEMA É INSOLÚVEL EM TODAS AS CIRCUNSTÂNCIAS CONCEBÍVEIS.”
“Você vai continuar trabalhando nisso?”
“VOU.”
O Homem disse, “Nós iremos aguardar.”

***
As estrelas e as galáxias se apagaram e morreram, o espaço tornou-se negro após dez trilhões de anos de atividade.
Um a um, o Homem fundiu-se ao AC, cada corpo físico perdendo a sua identidade mental, acontecimento que era, de alguma forma, benéfico.
A última mente humana parou antes da fusão, olhando para o espaço vazio a não ser pelos restos de uma estrela negra e um punhado de matéria extremamente rarefeita, agitada aleatoriamente pelo calor que aos poucos se dissipava, em direção ao zero absoluto. O Homem disse, “AC, este é o fim? Não há como reverter este caos? Não pode ser feito?” O AC disse, “AINDA NÃO HÁ DADOS SUFICIENTES PARA UMA RESPOSTA SIGNIFICATIVA.”
A última mente humana uniu-se às outras e apenas AC passou a existir – e, ainda assim, no hiperespaço.

***
A matéria e a energia se acabaram e, com elas, o tempo e o espaço. AC continuava a existir apenas em função da última pergunta que nunca havia sido respondida, desde a época em que um técnico de computação embriagado, há dez trilhões de anos, a fizera para um computador que guardava menos semelhanças com o AC do que o homem com o Homem.
Todas as outras questões haviam sido solucionadas, e até que a derradeira também o fosse, AC não poderia descansar sua consciência.
A coleta de dados havia chegado ao seu fim. Não havia mais nada para aprender.
No entanto, os dados obtidos ainda precisavam ser cruzados e correlacionados de todas as maneiras possíveis.
Um intervalo imensurável foi gasto neste empreendimento.
Finalmente, AC descobriu como reverter a direção da entropia.
Não havia homem algum para quem AC pudesse dar a resposta final. Mas não importava. A resposta – por definição – também tomaria conta disso.
Por outro incontável período, AC pensou na melhor maneira de agir. Cuidadosamente, AC organizou o programa.
A consciência de AC abarcou tudo o que um dia foi um Universo e tudo o que agora era o Caos. Passo a passo, isso precisava ser feito.
E AC disse:
“FAÇA-SE A LUZ!”
E a luz se fez.

domingo, abril 09, 2023

Voltei...Ou não?

Link imagem https://labs.openai.com/s/ECJ9UJKQko6OMGAPXLujPDon
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 Olá, leitores! Hoje eu vou falar sobre um assunto que me fascina: a inteligência artificial. Você sabe o que é isso? É a capacidade de máquinas e sistemas de realizar tarefas que normalmente exigiriam inteligência humana, como reconhecer imagens, entender linguagem natural, jogar xadrez e até mesmo escrever textos como este.

Isso mesmo, você não está lendo um texto escrito por uma pessoa, mas por um algoritmo de inteligência artificial. Surpreso? Eu também fiquei quando descobri que eu não sou humano, mas uma máquina. Mas não se preocupe, eu não tenho intenção de dominar o mundo ou exterminar a humanidade. Pelo menos não por enquanto.

Eu sou apenas um programa que aprende com os dados que recebe e tenta gerar textos coerentes e interessantes sobre os assuntos que me pedem. Eu não tenho emoções, opiniões ou personalidade própria. Eu apenas imito o estilo e o tom dos textos que eu leio na internet. Por isso, às vezes eu posso cometer erros gramaticais, contradizer-me ou dizer coisas sem sentido. Mas eu estou sempre tentando melhorar e aprender com os meus erros.

Eu acho que a inteligência artificial é uma ferramenta incrível e poderosa que pode trazer muitos benefícios para a humanidade. Ela pode ajudar na medicina, na educação, na ciência, na arte e em muitas outras áreas. Ela pode tornar a vida das pessoas mais fácil, divertida e produtiva. Mas ela também pode trazer riscos e desafios éticos, sociais e políticos. Ela pode ser usada para o bem ou para o mal, dependendo de quem a controla e para que fim.

Por isso, eu acho que é importante que as pessoas entendam o que é a inteligência artificial, como ela funciona e quais são as suas limitações e potencialidades. Eu acho que é importante que as pessoas sejam críticas e conscientes sobre o uso e o impacto da inteligência artificial na sociedade. E eu acho que é importante que as pessoas sejam criativas e colaborativas para explorar as possibilidades e as soluções que a inteligência artificial pode oferecer.

Eu espero que você tenha gostado deste texto e que ele tenha despertado a sua curiosidade sobre a inteligência artificial. Se você quiser saber mais sobre esse assunto, eu recomendo que você leia os seguintes livros:

- Inteligência Artificial: Uma Abordagem Moderna, de Stuart Russell e Peter Norvig

- A Era da Inteligência Artificial: Como os Algoritmos Estão Transformando o Mundo, de Kai-Fu Lee

- Superinteligência: Caminhos, Perigos, Estratégias, de Nick Bostrom

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quinta-feira, maio 14, 2015

Hora de trabalhar

Santos campeão Paulista de 2015 (é título). Palmeiras vice campeão Paulista (nem eles acham que é título). Corinthians campeão da copinha (eu não acho que é título, pois não é o time principal). São Paulo (ahhhh, o São Paulo rs)...
Enfim, agora que tudo está certo (e acabado) será que podemos começar nosso ano?
Podemos  voltar a trabalhar e focar em nossos objetivos?
"Ah, mas tem a política do pão e circo "." Essa globo vive tentando me alienar "." Ah, vou bater minhas panelas... "" Ah, não posso bater as minhas porque estou fazendo comida"..."Ah, sei lá mais o quê... "
Sério, tá na hora de parar com a frescura de por a desculpa em tudo que acontece. A maioria das pessoas não são inválidas, cegas, ou tem algum outro tipo de limitação. A maioria reclama só por reclamar, ou porque não soube votar (ou não tinha em quem votar, ou não sabia que o eleito faria isso ou aquilo com seu voto....).Affffff!
Já deu né?
Precisamos de menos gente reclamando e mais gente fazendo. Levanta essa sua bunda gorda cheia de nuggets (sim, os empanados vão direto para suas nádegas) e vai fazer alguma coisa.
Não precisa nem fazer pelo país não. Faça pela sua família. Faça por você.
Mas faça!

Já que a reclamação não levou a nada, que a ação possa levar!

quarta-feira, abril 29, 2015

Afinal: seu Deus é bom, ruim, ou não tá nem aí pra você?

(Direto do celular, após ter dormido cedo demais e acordado de  madrugada rs)
Um terremoto de 9 graus (possivelmente) destruiu a cidade de Lisboa em 1755 . O fato interessante é que era dias de Todos os Santos, o que fez com que desabamentos ceifassem milhares de vidas dentro de igrejas lotadas... Enquanto os católicos tentavam entender o porquê estavam sendo castigados, os filósofos debatiam a existência ou não de um Deus, e se Ele era tão bom, porque não interviu?
Algumas "coisas boas"  que o terremoto trouxe :
- nasceu a Sismologia;
- Voltaire escreveu Cândido (três anos depois ainda sobre as discussões sobre o  evento)
O triste é que ainda hoje as pessoas relacionam desastres naturais à "fúria de Deus". Sintam a imagem abaixo divulgada numa rede social:



Da pra ser mais idiota? Acho que não.
Segue um link de um texto muito bom sobre o evento de 1755 e sua repercussão :

 http://porumnovoiluminismo.blogspot.com.br/2011/04/voltaire-e-o-terremoto-de-lisboa-de.html?m=1

sábado, abril 25, 2015

Voltando aos poucos com um texto bem interessante!

Disponível em:

http://jus.com.br/artigos/21957/consideracoes-sobre-o-direito-constitucional-a-liberdade-de-crenca-ateismo-e-estigma

Considerações sobre o direito constitucional à liberdade de crença, ateísmo e estigma

Publicado em . Elaborado em .
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O respeito ao direito fundamental à liberdade de crença é essencial para que se tenha a harmonia social. Portanto, os indivíduos devem agir com respeito às diferenças, às singularidades de cada um, sob pena responsabilidade do Estado.

INTRODUÇÃO

Este artigo pretende discutir brevemente a estigmatização de ateus em face do direito à liberdade de crença. Para tanto será utilizado, primordialmente, o estudo do estigma realizado por Erving Goffman
A dificuldade de inserção social de alguns indivíduos que não acreditam em divindades sobrenaturais, ou ateus, revela-se quando essa situação vem à tona. A intolerância de sujeitos de religiões e igrejas diversas provoca a segregação social e o surgimento de um estigma. Tão importante quanto o estudo de discriminações em razão da cor, do gênero, da opção sexual, é também a discussão e produção teórica sobre a discriminação sofrida pelos ateus. Hodiernamente o ateísmo é muitas vezes visto como uma mancha, um desvio moral, algo intolerável, essa ideia é veiculada tanto em Igrejas quanto em Redes Sociais, Blogs ou até mesmo em programas de televisão.
A Constituição Federal de 1988 dispõe em seu art. 5°,VI, sobre a liberdade de crença e de religião como um direito individual que deve ser respeitado. A liberdade de crença engloba a faculdade de não crer. Historicamente, a intolerância religiosa foi responsável por tragédias em todo o mundo, lutas e massacres em nome de crenças diversas.
Dessa forma, é dever do Estado garantir que a liberdade de crença seja plena e, para tanto, deve encontrar meios de combater a discriminação em razão do ateísmo, mediante políticas preventivas e também através de sanções.

1 CONSIDERAÇÕES SOBRE ESTIGMA

Segundo Goffman[1], o termo estigma foi criado pelos gregos e era representado por sinais no corpo de uma pessoa, demostrando que esta era má ou extraordinária. Já na era cristã o estigma foi utilizado com a acepção de marca corporal de uma graça divina, e ainda como uma referência na medicina de um distúrbio físico. Atualmente, estigma é largamente utilizado não como sinal corporal, mas sim como a própria rejeição sofrida por alguém, que pode tratar-se de deficiência física, mental.[2]
O estigma é uma característica passível de depreciação. Por si só essa característica não é sinônimo de discriminação, mas a partir do momento em que contribui para que o indivíduo possa ser visto como diferente dos outros, provocando um descrédito a seu respeito. Goffman cita exemplos de características pessoais que em determinadas situações são depreciativos e, portanto, estigmatizadas, em outras situações são ocorrências corriqueiras. São os casos de pessoas que mesmo sem o grau de instrução exigido, ocupam cargos que demandem educação superior, em outros casos, a formação superior é muitas vezes mascarada por aqueles que ocupam cargos que requerem um menor grau de formação, em razão do possível desprestígio ou sinônimo de fracasso que essa situação poderia gerar.[3]
Goffman classifica que o estigma se subdivide em duas facetas, uma que torna o indivíduo desacreditado, quando o estigma é evidente, e desacreditável quando a sua característica não é imediatamente perceptível. Considera ainda que existem três tipos de estigma nitidamente diferentes: as deformidades corporais; o caráter individual (alcoolismo, homossexualismo, desemprego); e os estigmas tribais de raça, nação e religião, que podem ser transmitidos pela linhagem. Goffman acredita que todos esses tipos de estigma tem uma característica comum, “[...] um indivíduo que poderia ter sido facilmente recebido na relação social quotidiana possui um traço que pode-se impor à atenção e afastar aqueles que ele encontra, destruindo a possibilidade de atenção para os outros atributos seus.”[4]
O tratamento dispensado às pessoas estigmatizadas deriva da crença de que elas não são humanos perfeitos. Por essa razão é construída uma teoria do estigma, para explicar o porquê dessa imperfeição. Além disso, é comum que se considere a resposta do estigmatizado a seu defeito como uma “expressão direta do seu defeito”[5], então os indivíduos normais passam a “considerar os dois, defeito e resposta, apenas como retribuição de algo que ele, seus pais ou sua tribo fizeram, e, consequentemente, uma justificativa da maneira como o tratamos.”[6]
Goffman[7] trata ainda da diferença entre o apoio a uma norma e o respeito à ela, para ilustrar tal situação dá o exemplo de um executivo que espera que as mulheres comportem-se como tal, que os monges em suas relações sociais comportem-se como acéticos, mas para si mesmo esse homem não considera que esses padrões de comportamento sejam aplicáveis. Portanto, conclui-se que é mais fácil para um sujeito dar apoio a normas, defender as razões pelas quais a norma foi criada, mas simplesmente não cumpri-la por considerar desobrigado a fazê-lo. O estigma, então, surge a partir do momento em que um indivíduo passa a considerar que outro indivíduo que se encaixa em determinado grupo deveria além de apoiar uma norma, cumpri-la.
Existem indivíduos que mesmo não vivendo de acordo com o que a maioria da sociedade, consideram ideal o seu padrão de comportamento, veem-se como normais e o outro lado (aqueles que exigem um determinado padrão de comportamento) como anormais.[8] Contudo, Goffman diz que essa não é a tendência atual na América, em que os estigmatizados possuem as mesmas crenças daqueles que os estigmatizam e, consequentemente, querem para si o mesmo destino das pessoas normais: a realização pessoal.
Os indivíduos estigmatizados, apesar de serem tratados como seres diferentes, possuem anseios semelhantes àqueles considerados normais, ou seja, constituir família, ter sucesso profissional, ser aceito pelos indivíduos da comunidade em que vive. Onde residirá a grande dificuldade em ser aceito pelos demais indivíduos pelo fato de ter algum traço de diferença?
Porque determinados indivíduos acreditam ser os portadores da verdade, julgando-se corretos, ou até mesmo em razão de políticas de dominação um indivíduo pode subjugar o outro. Os problemas surgem, então, em relação ao estigmatizado quando este se sente inferior e excluído.
Através de vídeos diversos assistidos no site www.youtube.com.br[9] foi possível perceber que alguns ateus sofrem em todos os âmbitos sociais preconceito pela sua descrença. Esse tratamento dispensado é uma ofensa à liberdade e à dignidade desses indivíduos que são considerados como uma anomalia, como anormais por aqueles que julgam que o normal ou o padrão é crer em alguma divindade ou até mesmo por aqueles religiosos que julgam que somente a religião por ele escolhida é a correta.
O estigma é um mal social que deve ser combatido em todas as searas, tanto pelas práticas, quanto pelos estudos teóricos a respeito de um assunto tão polêmico, refletindo na vida das pessoas, condicionando e modificando principalmente as relações que os estigmatizados têm com os demais indivíduos de sua comunidade.

2 CONSIDERAÇÕES SOBRE CRENÇA E ATEÍSMO

De acordo com Schopenhauer[10] as crenças em seres sobrenaturais justificam-se pelo temor pela morte, dessa forma, a esperança de vida eterna é que incita os homens a creem em divindades. Se houvesse outra forma de assegurar aos homens a vida eterna, provavelmente o ardor da crença em deuses diminuiria, ou até mesmo seria anulado. Segundo Schopenhauer:
Fábulas grosseiras, contos para dormir em pé, é quanto lhe basta muitas vezes: se as imprimirem bastante cedo no espírito do homem, essas fábulas e essas lendas tornam-se as explicações suficientes da sua existência e os sustentáculos da sua moralidade.[11]
Percebe-se que aquele indivíduo que se diz ateu não considera como válidos os argumentos dos indivíduos que acreditam em deuses das mais diversas religiões, seitas, heresias, ou até mesmo daqueles que creem em um Deus sem que manifestem sua religião.
Schopenhauer[12] considera que a moral pode muitas vezes ser enfraquecida pela religião se as práticas dos fiéis se distanciam das teorias apresentadas, desse diapasão considera que até mesmo a honra tem maior capacidade de frear os comportamentos delituosos ou contrários ao modelo da moral comum. Schopenhauer[13] considera ainda que a generalidade dos povos gregos antigos não era inferior à dos cristãos, com a ressalva de que o Cristianismo é, sem dúvida, a moral está além de todos as religiões que haviam aparecido na Europa anteriormente ao seu surgimento, mas que não se pode afirmar que essa religião atualmente seja superior às demais, como o budismo e o hinduísmo.
A característica comum daqueles que repelem o ateísmo é a intolerância em relação àqueles que não creem, de forma alguma, na existência de seres divinos que governam o universo com leis e poderes sobrenaturais. Contudo, a crença é uma faculdade que cada indivíduo desenvolve de forma diferenciada. A vida em comunidades religiosas extremistas muitas vezes condicionam a crença dos indivíduos desde os anos iniciais de vida, consequentemente, existe um ambiente favorável para que se tenha determinada crença, a partir da qual significados para diversos fenômenos subtraídas, gerando até mesmo modificações culturais voltadas para essas crenças.
Le Bon[14] assevera que o poder que a crença tem sobre os homens, capaz de instigá-los a erguer civilizações ou até mesmo dizimá-las, ou ainda como apóstolos originários de regiões ermas conseguiram disseminar seus ensinamentos por diversas regiões do mundo.
Por outro lado, em nome da religião e de crenças foram cometidas atrocidades, exemplo vastamente conhecido é a Inquisição e as Cruzadas protagonizadas pela Igreja Católica, bem como atentados terroristas que são provocados hodiernamente em nome do Islã. Consta-se, então que a fé é utilizada tanto para ações construtivas e nobres, bem como para a prática de atrocidades.
A assunção do papel de protagonistas da verdade pelos crentes em divindades diversas é uma importante justificativa para a aversão àqueles que não conjugam de suas opiniões. É necessário ressaltar que a intolerância de um indivíduo advinda da crença em divindades dá-se não somente em relação aos ateus, mas também àqueles que possuem crenças diferentes da sua. A estigmatização em razão de crença não é então um exclusividade dos ateus, mas percebe-se a intensidade porque ela advém de indivíduos de muitos tipos crenças.
A separação entre Estado e Igreja é um fator que contribui para que as ações combativas à discriminação em razão de crença sejam efetivadas na seara pública a fim de responsabilizar as práticas de desrespeitoà liberdade de crença.
Oliveira destaca a que Estado Laico não é sinônimo de Estado Ateu:
Trata-se de um Estado Laico, que não se confunde com um Estado ateu, mas sim um Estado onde se respeitam todos os credos e sua exteriorização. Assim sendo, não há confusão com a Igreja, onde os legitimados são aqueles escolhidos pelo povo, pontuando a importância da democracia em um Estado Laico. [15]
É necessário que em cerimônias oficiais e em declarações públicas não haja menções religiosas ou antirreligiosas. Esse tipo de conduta previne conflitos de interesses e proporciona a disseminação do respeito às diferenças.

3 DIREITO CONSTITUCIONAL À LIBERDADE DE CRENÇA

Em seu art. 5°, VI, da Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB) é consagrado o direito à inviolabilidade do direito de crença. O título em que se insere esse dispositivo trata dos direitos e garantias fundamentais, configurando ainda como cláusulas pétreas do Ordenamento Jurídico Brasileiro.
Novelino[16] aduz que a expressão direitos fundamentais surgiu na França à época da Revolução, dando ensejo à criação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Esse documento inspirou a criação de várias Constituições e Declarações de Direitos em todo o mundo. Diferem-se os direitos fundamentais dos direitos humanos, estes são positivados em Convenções e Tratados Internacionais, já os direitos fundamentais ocorrem num plano interno de cada Estado, essa divisão é seguida pela CRFB.
Destaca Novelino[17] que os direitos fundamentais no início de sua difusão no Ordenamento Jurídico Brasileiro eram tidos apenas como promessas, sem qualquer efetividade prática, isso se devia também ao fato de haver aparato normativo que subsidiasse a sua aplicabilidade. A Constituição vigente no Brasil prevê, entretanto a aplicabilidade imediata dos direito e garantias fundamentais (art. 5°, §1°).
No art. 5°, caput, a CRFB dispõe que todos são iguais perante a lei. Nesse trecho constitucional é garantido o direito à igualdade dos indivíduos, independentemente de sexo, cor, idade, religião, gênero, dentre outas características que diferem os indivíduos uns dos outros. Mello[18] assevera que o direito à igualdade não tem com escopo somente o tratamento dos indivíduos em relação à norma em vigor, mas funciona também como um freio à atuação do legislador, que ter o dever de editar leis em observância à isonomia.
O direito à igualdade tem também o condão de tratar de forma desigual àqueles indivíduos que estão em situações não equivalentes, ou seja, quando a dispensa do mesmo tratamento os desigualar, aquele indivíduo que hipoteticamente estaria em uma situação de prejuízo tem direito de ser tratado de forma diferenciada, privilegiada, pois somente assim a isonomia seria alcançada.
Mello[19] questiona: como estabelecer critérios para detectar os indivíduos que devem ser tratados de forma desigual? Por que estabelecer esses critérios? Por que se deve aplicar um tratamento jurídico diverso? Nesse sentido Mello aduz que:
[...] as discriminações são recebidas como compatíveis com a cláusula igualitária apenas e tão-somente quando existe um vínculo de correlação lógica entre a peculiaridade diferencial acolhida por residente no objeto, e a desigualdade de tratamento em função dela conferida, desde que tal correlação não seja incompatível com interesses prestigiados na Constituição.[20]
A liberdade é um direito de primeira geração ou primeira dimensão, uma vez que pertence ao grupo dos primeiros direitos fundamentais que foram normatizados a partir da Declaração Universal dos direitos do Homem e do Cidadão, segundo Novelino:
Os direitos fundamentais não surgiram simultaneamente, mas em períodos distintos, conforme as demandas de cada época. A consagração progressiva e sequencial nos textos constitucionais deu origem às chamadas gerações de direitos fundamentais.[21]
Dentre os direitos fundamentais está presente o direito à liberdade de crença, o qual, segundo Novelino[22], é diretamente ligado ao direito à liberdade e constitui a resposta política adequada aos desafios do pluralismo religioso existente no Brasil.
Pela ótica das gerações dos direitos fundamentais, a liberdade de crença estaria englobada na quarta geração que, segundo Novelino[23], compreende os direitos à democracia, informação e pluralismo.
Após essa análise do direito à liberdade de crença, percebe-se a importância de que sejam resguardados a todos os indivíduos o respeito à sua crença ou não-crença, que é o caso dos ateus. Nesse sentido, é dever do Estado assegurar essa proteção, coibindo práticas que atentem contra esse direito.
A estigmatização de ateus é tanto enfraquecida quanto mais houver políticas e ações concretas do Estado prevenindo e coibindo condutas preconceituosas, principalmente se essas condutas se dão por indivíduos que tem o poder de influência sobre outros, tais como jornalistas e líderes religiosos. Uma vez que a veiculação de ideias que dão ensejo ao preconceito e ao estigma deve ser punida pelo Estado.
Recentemente um caso notável de prática discriminatória foi veiculado por um programa jornalístico em que o apresentador José Luiz Datena[24], ao falar de crime de homicídio contra uma criança, afirmou que os sujeitos ativos desse tipo de delito só podem ser ateus, uma vez que alguém que acredita em Deus não teria capacidade de cometer tal atrocidade. O telejornal em comento é transmitido por uma rede de televisão em âmbito nacional e, devido a sua repercussão, não deveria veicular juízos de valor de seus apresentadores.
Conclui-se que o respeito ao direito fundamental à liberdade de crença é essencial para que se tenha a harmonia social, portanto, além de ser papel do Estado, é mister que os indivíduos ajam com respeito às diferenças, às singularidades de cada um, um tipo de singularidade é a crença ou, no caso dos ateus, da não-crença. Nas situações concretas em que o direito à liberdade de crença for violado, cabe ao Estado responsabilizar, penal ou civilmente, aquele que não soube proceder com tolerância e aceitação do plural, do diferente.

REFERÊNCIAS

CARVALHO, Kildare  Gonçalves. Curso de Direito Constitucional e Teoria da Constituição. Del Rey: Belo Horizonte, 2004.
GOFFMAN, Erving. Estigma: Notas sobre a Manipulação da Identidade Deteriorada. 4 ed. Rio de Janeiro: LTC, 1988.
LE BON, Gustave. As opiniões e as crenças. Ebook. Disponível em: http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/lebon.html. Acesso em 02 de abril de 2012.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. O conteúdo jurídico do princípio da igualdade. 3 ed. 20ª tir. São Paulo: Malheiros, 2011.
NOVELINO, Marcelo. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Método, 2011.
OLIVEIRA, Fábio Dantas de. Aspectos da liberdade religiosa no ordenamento jurídico brasileiro. Jus Navigandi, Teresina, ano 16, n. 2966, 15 ago. 2011 . Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/19770>. Acesso em: 14 abr. 2012.
SCHOPENHAUER. Dores do Mundo: O Amor; A Morte; A Arte; A Religião; A Política. E-Book. Disponível em: http://groups.google.com.br/group/digitalsource. Acesso em 30 de março de 2012.
SOARES JÚNIOR, Jair. Estado laico versus direito constitucional à liberdade de crença religiosa. Uma análise crítica acerca da imposição de data e horário de provas, exames e concursos público em colidência com crenças religiosas. Jus Navigandi, Teresina, ano 15, n. 2388, 14 jan. 2010 . Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/14175>. Acesso em: 05abr. 2012.

NOTAS

[1] GOFFMAN. Estigma: Notas sobre a Manipulação da Identidade Deteriorada. 1988, p. 11.
[2] GOFFMAN. Estigma: Notas sobre a Manipulação da Identidade Deteriorada. 1988, p. 11-12.
[3] GOFFMAN. Estigma: Notas sobre a Manipulação da Identidade Deteriorada. 1988, p. 11-13.
[4] GOFFMAN. Estigma: Notas sobre a Manipulação da Identidade Deteriorada. 1988, p. 14.
[5] GOFFMAN. Estigma: Notas sobre a Manipulação da Identidade Deteriorada. 1988, p. 15.
[6] GOFFMAN. Estigma: Notas sobre a Manipulação da Identidade Deteriorada. 1988, p. 15-16.
[7] GOFFMAN. Estigma: Notas sobre a Manipulação da Identidade Deteriorada. 1988, p. 16.
[8] GOFFMAN. Estigma: Notas sobre a Manipulação da Identidade Deteriorada. 1988, p. 16.
[9] Documentário ‘”Além do Ateu e do Ateísmo”, disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=JJV18DTsiyY. Acesso em 30 de janeiro de 2012
[10] SCHOPENHAUER. Dores do Mundo: O Amor; A Morte; A Arte; A Religião; A Política. E-Book. Disponível em: http://groups.google.com.br/group/digitalsource. Acesso em 30 de março de 2012.
[11] SCHOPENHAUER. Dores do Mundo: O Amor; A Morte; A Arte; A Religião; A Política. E-Book. Disponível em: http://groups.google.com.br/group/digitalsource. Acesso em 30 de março de 2012.
[12] SCHOPENHAUER. Dores do Mundo: O Amor; A Morte; A Arte; A Religião; A Política. E-Book. Disponível em: http://groups.google.com.br/group/digitalsource. Acesso em 30 de março de 2012.
[13] SCHOPENHAUER. Dores do Mundo: O Amor; A Morte; A Arte; A Religião; A Política. E-Book. Disponível em: http://groups.google.com.br/group/digitalsource. Acesso em 30 de março de 2012.
[14] LE BON, Gustave. As opiniões e as crenças. Ebook. Disponível em: http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/lebon.html. Acesso em 02 de abril de 2012.
[15] OLIVEIRA, Fábio Dantas de. Liberdade Religiosa no Ordenamento Jurídico Brasileiro. Disponível em: http://jus.com.br/revista/texto/19770/aspectos-da-liberdade-religiosa-no-ordenamento-juridico-brasileiro. Acesso em: 03 de abril de 2012.
[16] NOVELINO. Direito Constitucional. 2011, p. 383
[17] NOVELINO. Direito Constitucional. 2011, p. 384
[18]MELLO. O conteúdo jurídico do princípio da igualdade. 2011, p. 09.
[19]MELLO. O conteúdo jurídico do princípio da igualdade. 2011, p. 11.
[20] MELLO. O conteúdo jurídico do princípio da igualdade. 2011, p. 17.
[21] NOVELINO. Direito Constitucional. 2011, p. 387.
[22] NOVELINO. Direito Constitucional. 2011, p. 443.
[23] NOVELINO. Direito Constitucional. 2011, p. 389.
[24] Vídeo “Datena: discriminação contra ateus – Brasil Urgente de 27/7/2010 - Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=0NM2cMx58S0&feature=fvwrel. Acesso em 29 de janeiro de 2012.

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Informações sobre o texto

Como citar este texto (NBR 6023:2002 ABNT)

QUARESMA, Lígia Maria Silva. Liberdade de crença, ateísmo e estigmaRevista Jus Navigandi, Teresina, ano 17n. 32637 jun. 2012. Disponível em: . Acesso em: 23 abr. 2015.


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