Uma busca de cura, não.”
Gosto de gente doida.
📎 Gente que fala demais, ri no volume errado, muda de ideia no meio da frase.
Gente intensa, impulsiva, contraditória —
mas viva.
📎 Gente que erra, mas se move.
Que exagera, mas se posiciona.
Que vira meme num dia e pergunta de terapia no outro.
Essa doideira é alma pulsando.
É caos funcional.
É humano demais.
🩹 Mas tem uma outra “doida” que me pega diferente
📎 A que vem do verbo doer.
A “DOÍDA”.
Não aquela que age sem filtro.
Mas a que sofre em silêncio alto.
📎 A que arrasta a dor como bandeira.
Mas nunca estende como pedido de ajuda.
📎 A que vive no ciclo: machucada → posta indireta → desaparece → volta com uma frase cifrada → ninguém entende → ela culpa o mundo.
🧠 Sofrimento não tratado vira rotina emocional
📎 Tem gente que se acostuma com o buraco —
e decora as paredes dele.
📎 Que transforma a dor em identidade.
Que se sabota com estilo.
Que prefere publicar a sentir.
Codificar a resolver.
Impactar a encarar.
📎 E não é porque a dor é menos legítima.
É porque ela parou no tempo.
Congelou no trauma.
E agora ensaiou pose em cima dele.
💬 Não é sobre julgar. É sobre perceber o padrão
📎 Gente doente não precisa de plateia.
Precisa de cuidado.
Mas tem hora que o próprio “personagem” impede o acesso.
📎 A dor performada é sedutora.
Gera like, preocupação, aura de mistério.
Mas não cura.
Só adia.
🪞 E por que isso incomoda tanto?
Talvez porque…
📎 No fundo, a gente também tem nossas dores mal curadas.
📎 Também já ficou no looping.
📎 Também já quis atenção em vez de escuta real.
📎 Mas a diferença está na decisão de sair.
De tentar.
De, pelo menos, se perguntar:
“O que eu posso fazer com essa dor?”
📎 A “DOÍDA” irrita porque ela escolhe ficar ali.
Reencenando.
Subindo no palco toda semana com o mesmo roteiro.
Mas sem ensaiar melhora.
📎 E a gente cansa de ver talento emocional desperdiçado em monólogo repetido.
🧘♀️ Doideira que move é vida.
Doideira que paralisa é trauma travestido de estilo.
📎 E não precisa ser assim.
💭 Não é julgamento.
É só o desejo de ver gente ferida tentando sarar —
e não ensaiando plateia pra sangrar mais bonito.
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