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quinta-feira, julho 03, 2025

Afrodite na Era dos Filtros

 

💄 Se Afrodite tivesse Instagram, o feed seria impecável. A pele, de porcelana. O olhar, estrategicamente desfocado. A legenda, um mix de frase de efeito e desafio amoroso.

E claro: os comentários estariam divididos entre elogios devotos e rivalidades disfarçadas.

📱 Afinal, ela não é apenas a deusa da beleza — é também a da discórdia.
E como sabemos, nas redes sociais, essas duas coisas raramente andam separadas.


📸 A performance da perfeição

Vivemos tempos de culto à imagem.
Filtros. Harmonizações. Luz ideal.
Mas também sorrisos forçados, relacionamentos exibidos como troféus e likes que substituem validação emocional.

Afrodite, em sua versão mitológica, era adorada e invejada.
Tinha amantes e desafetos.
Provocava guerras com um sorriso.
Hoje, ela talvez viralizasse uma trend e causasse unfollow em massa logo depois.

💡 O curioso é que isso não está tão distante do que já víamos nos mitos.
A aparência como poder.
O desejo como arma.
A beleza como palco e também como prisão.


🧠 O amor virou um algoritmo?

Quantas vezes amamos com base em projeções?
Quantas vezes nos envolvemos com perfis e não com pessoas?
Quantas declarações foram feitas por stories… e quantas guerras começaram no direct?

Afrodite saberia.
Ela criaria um filtro novo todo mês.
Mas também escreveria poemas crípticos sobre amores que não deram certo.
E talvez mandasse aquele famoso “vc sumiu” às três da manhã.


⚖️ Afeto ou aparência?

A deusa da beleza também sofreu.
Se apaixonou por mortais.
Foi rejeitada.
Ficou furiosa.
Fez ciúme.
Fez cena.

E a gente também.
Mesmo sem toga, sem templos, sem conchas no mar.
Hoje, o altar é o feed.
O espelho é o celular.
A liturgia é o toque para ampliar a selfie alheia.


🪞 Mas e se o filtro não for o problema?

Talvez o problema não seja o filtro.
Mas o medo de mostrar o rosto sem ele.
Talvez Afrodite vendesse skincare, sim.
Mas também falasse sobre insegurança.
Sobre não se sentir suficiente.
Sobre amar demais quem não vê você de verdade.

📎 E talvez seja aí que mora a beleza real:
Na imagem imperfeita.
Na mensagem não enviada.
No perfil que desativa por cansaço — mas volta um dia, sem pretensão.


📩 Porque, no fundo, todo mundo quer ser visto.
E não só pelas curvas, mas pelas entrelinhas.
Pelo que não cabe na bio.
Pelo que escapa do filtro.
Pelo que ainda é humano — mesmo quando a gente tenta parecer divino.

Teoria das Janelas Quebradas

  🏚️ A teoria original é urbana: Se uma janela quebrada não for consertada, outras virão. O abandono atrai mais abandono. O descuido vir...