Mas, se tivesse, provavelmente não estaria muito diferente de nós: olhando para o retrovisor, segurando o impulso de buzinar e tentando convencer a si mesmo de que “não vale a pena perder a calma por isso”.
O estoicismo, filosofia nascida na Grécia Antiga e refinada por romanos como Sêneca e Marco Aurélio, gira em torno de um princípio simples (e quase impossível de aplicar quando alguém corta sua frente sem dar seta):
👉 existem coisas que você pode controlar, e coisas que não pode.
Você não pode controlar o motorista apressado, o engarrafamento eterno ou o semáforo quebrado.
Mas pode controlar sua reação.
E aqui está a mágica estoica: quando você se dá conta de que o mundo não vai se alinhar às suas expectativas, o sofrimento diminui. A raiva se dissolve mais rápido. O xingamento engasga.
Não é resignação, é estratégia.
Um treino diário que serve tanto para imperadores romanos quanto para motoristas atrasados:
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Epicteto diria: “Não é o carro que te fecha que te irrita, mas o julgamento que você faz disso.”
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Sêneca lembraria: “É melhor sofrer uma ofensa do que perpetuá-la.”
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Marco Aurélio anotaria no volante (ou no seu diário): “Você tem poder sobre sua mente, não sobre os eventos externos.”
Claro, ninguém está dizendo que você vai virar um monge zen na fila dupla da escola. Mas aplicar um pouco de estoicismo no trânsito é, no mínimo, um treino para aplicar em coisas maiores: discussões no trabalho, desentendimentos em casa, injustiças que não cabem no retrovisor.
No fim, a filosofia estoica é quase um Waze emocional: ela não tira o engarrafamento da sua frente, mas mostra que há caminhos internos menos congestionados para lidar com ele.
E, convenhamos, isso já economiza muito combustível.