Filho de um rei, cercado de luxo e protegido da dor. Esse foi o início de Siddhartha Gautama, que mais tarde se tornaria o Buda. O jovem príncipe vivia em um palácio onde doença, velhice e morte eram escondidas de seus olhos. Até que, um dia, saiu dos portões dourados e descobriu que o mundo sangrava.
A partir daí, começou a busca: abandonar o luxo, enfrentar o desconforto e tentar entender a raiz do sofrimento humano. Siddhartha se lançou em jejuns extremos, chegando a se alimentar de quase nada — contam que um grão de arroz por dia. Até perceber que a fome também era prisão. O caminho não era excesso, nem privação: era o meio.
Sob a árvore bodhi, ele alcançou a iluminação. Mas, curiosamente, o budismo que nasceu desse gesto extremo não pede que você vire monge, nem que negue o mundo. Ele ensina algo mais simples (e ao mesmo tempo mais difícil): como sofrer menos.
Desapego, presença, compaixão. Não são mandamentos sagrados, mas lembretes práticos. E aquele ditado de que budista tem “sangue de barata”? Bobagem. Eles não se anestesiam — apenas aprenderam que brigar com a realidade é o primeiro passo para perder.
✨ Epígrafe:
“O sofrimento não é opcional. O apego a ele, sim.”