Declus

Tentando tapar os buracos na minha cabeça...
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terça-feira, outubro 14, 2025

💻 Esse Post Não É Sobre Manutenção de Computadores

 "O barulho que te incomoda pode ser só o aviso de que algo parou de girar faz tempo.”

O Vilão Silencioso

Hoje acordei mais cedo e decidi abrir o computador para uma limpeza. Nada demais — só aquele ritual de tirar o pó, dar uma geral e fingir que sou técnico da NASA.

Mas no meio da faxina, percebi o verdadeiro vilão do ruído e do sobreaquecimento que me irritava há semanas: um dos coolers do watercooler simplesmente... não girava mais.

Estava travado. Parado. Só empurrando o ar com a força da boa vontade.

De 2017 até agora, ele esteve ali — firme, silencioso e cada vez mais ineficiente. E o mais curioso: o sistema ainda funcionava. Com calor, com barulho, com desempenho caindo... mas seguia funcionando. Até que um dia, o travamento seria inevitável.

Limpei, lubrifiquei, deixei rodar de novo — e, de repente, tudo ficou mais leve, mais silencioso, mais fluido.

A Metáfora da Placa-Mãe

E claro: esse post não é sobre manutenção de computadores. É sobre as relações (e talvez sobre você).

Quantas vezes a gente mantém "o sistema" rodando — um namoro, uma amizade, um emprego — mesmo com as peças travadas? Empurra a poeira pra debaixo da placa-mãe e diz "tá tudo bem", enquanto o calor emocional vai subindo até fritar os circuitos.

Um dos dois lados sempre percebe antes. Um nota que o cooler parou de girar. O outro finge que é só o barulho normal da vida. Até que vem o travamento — o término, o colapso, a temida tela azul dos sentimentos.

E quando chega a hora da manutenção, dói. Porque limpar é admitir que estava sujo. Lubrificar é aceitar que o tempo resseca até o que parecia eterno.

Mas, se você faz isso, o sistema respira. O ruído diminui. E a performance da vida volta — silenciosa, fluida, como se dissesse: "agora sim".

No fim das contas, não é sobre PCs, nem sobre corações partidos. É sobre não esperar a máquina travar para perceber que amor, amizade e paz mental também precisam de manutenção preventiva.

quinta-feira, outubro 09, 2025

💔 Sobre Mendigar Afeto: Por Que Parar de Acender Fogueira com Cinzas

 
"Nada humilha mais do que esperar o que o outro não prometeu."

O Eco do "Online"

A cena se repete: você manda mensagens, pergunta, se importa e investe atenção... e recebe, em troca, o eco do nada.

No início, vem o alívio racional, o autoengano: "a pessoa deve estar ocupada." Mas a razão não dura muito quando o coração sussurra a verdade inconveniente: "Então por que ela está online, postando stories e ignorando você?"

Aos poucos, o entusiasmo cede à autopreservação. Você decide: "Vou parar de mandar mensagem."

Mas aí — sem aviso, sem explicação, sem motivo — vem uma notificação. Um coraçãozinho. Uma curtida numa foto antiga. Uma resposta vaga.

E, como um viciado, você volta.

O Ciclo da Migalha Emocional

Você volta achando que dessa vez é diferente. Volta achando que o silêncio foi acaso, não descaso. Volta acreditando que o "tava ocupada mesmo" é justificativa e não um sinal claro de desinteresse.

E assim, a roda-gigante da esperança e da frustração gira sem parar. O mundo avança, as conversas esfriam, as vontades do outro secam — e você segue preso.

Preso à migalha ocasional, ao talvez, à lembrança do que poderia ser se o outro também quisesse. Você se torna um refém da agenda e do humor de alguém que não o prioriza.

A Lição do Calor

Mendigar afeto é, no fundo, o mesmo que tentar acender uma fogueira com cinzas. Não falta vontade da sua parte, que sopra e tenta reacender a chama. O que falta é o calor e a matéria-prima da reciprocidade.

É por isso que, quando o silêncio do outro se repetir, você precisa lembrar de uma regra simples, porém libertadora:

Carinho não se pede. Ele se oferece, se demonstra e, o mais importante, se retribui. O que precisa ser mendigado nunca vale a pena.

🎧 O Eremitismo Mental Produtivo (A Arte de Ligar o Botão Fd-$)

  Epígrafe: "O mundo é como uma notificação irritante: você precisa silenciá-lo para conseguir ler o que está escrito dentro de si....