Declus

Tentando tapar os buracos na minha cabeça...
Mostrando postagens com marcador imperfeição. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador imperfeição. Mostrar todas as postagens

terça-feira, novembro 11, 2025

☕ O Amor Segundo os Quebrados (A Beleza da Trinca)

 Epígrafe: "Metade da beleza do mundo vem das rachaduras — o resto é maquiagem e bom ângulo."

O Cansaço e a Sinceridade do Espelho

O ruim é que, com o tempo, o mundo te machuca demais. E isso mexe com tudo: com o ânimo, com as esperanças, com a própria imagem.

Um dia, você acorda e percebe que já não é mais o mesmo — e não apenas no sentido poético. As olheiras estão mais fundas, a paciência mais curta, e os sonhos… bom, esses estão com prazo de validade vencido, mas a gente continua consumindo mesmo assim.

E é aí que vem o golpe final, a percepção que a gente tenta evitar: quando você se olha no espelho e pensa — “só alguém tão ferrado quanto eu vai me querer.”

E talvez esteja certo. Mas o que ninguém te conta é que é exatamente essa honestidade que salva a humanidade.

A Aliança dos Sobreviventes

Porque quando dois machucados se encontram, a dor ameniza.

É como se o filtro do Instagram finalmente funcionasse na vida real: a maquiagem cai, o bom ângulo some, e a gente pode relaxar na bagunça. Um entende o silêncio do outro, o tempo de recuperação, o medo súbito de se abrir.

Eles sabem que o mundo é um lugar hostil e, ainda assim, escolhem dividir um café, uma piada que só eles entendem, e um pedaço do cansaço.

O amor dos quebrados não é sobre perfeição. É sobre paciência. É sobre olhar para alguém e ver beleza apesar do caos — ou, talvez, por causa dele.

Enquanto os "inteiros" (aqueles que fingem sê-lo) discutem o match perfeito, os trincados estão só tentando sobreviver à terça-feira.

O Disfarce da Dor

Talvez seja isso que mantenha o mundo girando: essas pequenas alianças entre sobreviventes emocionais que descobriram que o amor não é o contrário da dor.

Ele é o seu disfarce mais bonito. É o único lugar onde a gente pode assumir as rachaduras sem medo de que o outro comece a correr.


sexta-feira, setembro 05, 2025

✍️ Post Extra — A dor de se manter “reto” (ou quase isso)

 Às vezes sinto que faço papel de bobo.

Seja quando deixo alguém passar na frente, quando entrego umas moedas para alguém na rua, ou até quando penso que não mereço o amor ou a amizade de certas pessoas. Nessas horas, me convenço de que “deixar a pessoa em paz” é a escolha mais sensata. E, por algum motivo, esse tal “caminho do meio” dói.

Não é que eu esteja nele o tempo todo — pelo contrário. Passei anos justamente tentando chegar perto dele. Me recuso a levar vantagem indevida, mesmo quando ninguém descobriria. Mesmo quando a vida parece quase me convidar a trapacear. Já fiz isso no passado, e às vezes me dei bem — muito bem, por sinal. Mas a sensação que ficou não foi vitória, foi dívida.

Hoje engulo o choro, me resigno, sigo. Tento acertar, tento me redimir. Mas, no fundo, a pergunta continua cutucando: será que deveria ter aproveitado aquela brecha, aquele “atalho”? Talvez. Só que, em algum ponto, percebi que não quero isso há muito tempo.

Vejo os amigos rirem quando enganam alguém, quando “passam a perna” como se fosse troféu. Eu já ri disso também. Hoje, aprendi a não criticar e a não dar lição de moral — não sou perfeito. Ninguém sabe quando vou escorregar de novo. A única diferença é que, quando esse próximo deslize vier, espero que não seja premeditado.

Talvez seja isso o que sobra de consolo: não a perfeição, mas a escolha insistente de continuar tentando. Mesmo que doa. Mesmo que eu me sinta meio idiota. Porque, no fim, ser “reto” é quase sempre perder no curto prazo. Mas talvez seja o único jeito de não se perder de si mesmo.

Epígrafe:
“Não é sobre nunca cair. É sobre saber por que ainda tento andar em linha reta.”


🎧 O Eremitismo Mental Produtivo (A Arte de Ligar o Botão Fd-$)

  Epígrafe: "O mundo é como uma notificação irritante: você precisa silenciá-lo para conseguir ler o que está escrito dentro de si....