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Tentando tapar os buracos na minha cabeça...
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sábado, outubro 11, 2025

🧠 O Autismo e o 3i Atlas: A Magia da Boa Lente

"A ignorância é o único fenômeno que realmente está em alta — e esse, a gente detecta a olho nu."

O Perigo da Percepção Distorcida

De vez em quando surge a velha conversa, cheia de certezas: "Por que será que tem tanto autismo hoje em dia? Será que é por causa das vacinas?"

Pois é. Ironias à parte, o que realmente "aumentou" não foi o fenômeno em si, mas a nossa capacidade de diagnosticar.

A medicina evoluiu, o entendimento sobre o espectro se ampliou, e o que antes era rotulado de "tio doidinho" — como aquele parente que, em retrospecto, a família hoje reconhece como autista — agora é visto como parte da diversidade humana. É triste perceber o quanto gerações inteiras passaram despercebidas, invisíveis por pura falta de conhecimento.

O mesmo acontece com o câncer, com doenças autoimunes, com quase tudo. Não é que o universo esteja mais cruel — é que a gente está enxergando melhor.

O Olhar para o Cosmos

Curiosamente, esse princípio da "lente melhor" vale também para o próprio universo.

Pega o caso dos objetos interestelares: até pouco tempo atrás, nenhum havia sido detectado. Agora, já temos o 3i Atlas, o terceiro a cruzar nosso sistema solar, detectado pelo sistema de monitoramento ATLAS (financiado pela NASA, que, vale lembrar, não faz travesseiros).

Mas basta aparecer a palavra "interestelar" para alguém perguntar se é uma nave alienígena. "Ah, mas porque agora tem aparecido tantos objetos, não é porque estão vindo pra cá nos observar?"

Não, amiguinho. Não é. É só a ciência fazendo o que sempre fez: melhorar sua lente. Antes dos anos 2000, quase não tínhamos exoplanetas confirmados. Hoje, são milhares. E não é porque os alienígenas começaram a se mudar em massa para cá — é porque aprendemos a olhar direito.

O Clubinho e a Complexidade

A verdade é que quanto mais enxergamos, mais percebemos o quanto não sabíamos. E isso incomoda.

É mais fácil e mais cômodo chamar o autismo de conspiração da vacina, a complexidade do universo de invasão alienígena, ou o avanço científico de farsa global. É um jeito de "pertencer ao clubinho" (como discutimos antes aqui), onde o mundo é simples e os "sábios" são os que negam o óbvio.

No fim, a recusa em aceitar a complexidade da realidade é o maior motor da ignorância. Como diria Arthur C. Clarke:

“Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da magia.”

E talvez o que ainda falte não seja fé ou imaginação, mas um pouco mais de leitura e a humildade de admitir que a ciência, na verdade, só está nos dando mais luz.


sexta-feira, outubro 10, 2025

🛸 Meu Clubinho: A Conspiração Não É Sobre a Verdade, É Sobre Pertencimento

 
"A Terra pode até ser plana — mas o ego deles é esférico e gira em torno de si mesmo."

A Era dos Clubinhos Seletivos

Há quem diga que vivemos na era da informação. Eu diria que é, na verdade, a Era dos Clubinhos.

Clubes de quem "descobriu a verdade", de quem "sabe o que eles não querem que você saiba". Clubes que trocam crachás invisíveis e senhas secretas em grupos de WhatsApp, Telegram e, claro, nas lives de quinta-feira à noite.

São os terraplanistas, os antivacina, os negadores do aquecimento global. É a gente que acredita que cientistas do mundo inteiro — com idiomas, métodos e egos diferentes — se reuniram um dia num call secreto para decidir defender as leis fundamentais da física. Tudo pago, claro, embora ninguém nunca explique por quem ou com qual objetivo final.

O Efeito Colateral do Desejo de Ser Especial

A verdade é que a maioria dessas teorias conspiratórias nasce de algo muito mais simples e muito mais humano do que o controle global: a necessidade de pertencer.

É o desejo de se sentir especial, de ser parte de algo "grande" e secreto, mesmo que esse "grande" seja uma farsa cósmica construída com PowerPoint e más intenções. A lógica é: se eu sei de algo que a massa burra não sabe, eu sou, automaticamente, superior.

As redes sociais deram megafones seletivos a quem antes só murmurava suas certezas no balcão do bar. Agora, os algoritmos atuam como porteiros, ajudando a encontrar pares — e, juntos, eles batem palma pro doido dançar.

E ele dança. Dança bonito, achando que está revolucionando o mundo, enquanto repete a coreografia do autoengano.

O Grito Desajeitado de "Eu Existo!"

No fundo, tudo isso é só um jeito torto de fazer amigos. É uma tentativa de se sentir relevante e de encontrar um lugar seguro dentro da imensidão indiferente do universo. É uma tentativa desajeitada de gritar: "Eu existo e meu conhecimento importa!"

E, ironicamente, talvez essa seja a única parte verdadeiramente legítima de toda a conspiração: a busca desesperada por conexão e por identidade em um mundo que, muitas vezes, nos faz sentir irrelevantes.

🎧 O Eremitismo Mental Produtivo (A Arte de Ligar o Botão Fd-$)

  Epígrafe: "O mundo é como uma notificação irritante: você precisa silenciá-lo para conseguir ler o que está escrito dentro de si....