Você jura que está conectado. Troca emojis. Envia reels. Faz planos para o fim de semana. Mas basta uma vírgula mal interpretada e… sumiu.
Era amor? Ou era só conexão instável?
Bauman descreveu com precisão cirúrgica o cenário afetivo da modernidade líquida — uma época em que os vínculos são frágeis, provisórios, desprovidos de raiz. Ninguém mais se afunda com alguém. Apenas flutua junto, até a corrente mudar.
Amar, hoje, é navegar no Tinder com o dedo nervoso, encontrar alguém, se encantar, se assustar, desaparecer, reaparecer... E repetir o processo com outra bio. A velocidade da vida digital exige que tudo seja fácil, rápido, adaptável. Até os sentimentos.
O problema? Intimidade não tem atalho. E vínculos reais não cabem em notificações push.
Bauman não era moralista. Ele só mostrava como, ao fugir do desconforto da profundidade, acabamos presos numa superfície interminável — onde amar vira um risco que ninguém quer correr, mas todo mundo sonha secretamente viver.
No fim, o amor líquido não é falta de amor. É excesso de medo.