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Tentando tapar os buracos na minha cabeça...
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sexta-feira, setembro 26, 2025

💔 Comunicação (Nada) Não Violenta: Quando a Teoria Acaba no Grito

 📌 Epígrafe:

“Conversamos sobre não gritar. Gritando.”

No começo, era tudo Marshall Rosenberg.
Empatia, escuta ativa, girafas e chacais como metáforas de linguagem. Um casal que lia o mesmo livro, conversava sobre sentimentos e trocava mensagens com emojis conscientes.

Um ano depois, o relacionamento acabou… com uma comunicação que faria o autor chorar em posição fetal.

A ironia é cruel: teorizar a empatia é fácil; praticá-la no calor da mágoa, nem tanto. A distância entre “escuta ativa” e “eu já não aguento mais” é bem menor do que os manuais de convivência sugerem.

No fim, as palavras perderam o peso da teoria e ganharam o peso do cansaço. O diálogo virou ruído, e a escuta virou silêncio. A comunicação não violenta “evoluiu” para a ausência de comunicação — e, talvez, esse tenha sido o melhor caminho.

📝 Nota do autor: até hoje encontro a pessoa e, no máximo, rola um “bom dia”… às vezes nem isso. A comunicação não violenta acabou se transformando em não comunicação — e talvez essa tenha sido, ironicamente, a forma mais pacífica de seguir.

Porque há momentos em que não falar já é a forma mais honesta de falar.
E às vezes, a empatia que sobra é apenas a de reconhecer que não dá mais.


sábado, setembro 20, 2025

🦙☕ Post Extra — A Lhama e o Menino-Café

 
📌 Epígrafe:

“Algumas pessoas são como lhamas: você dá o pasto, o abrigo, o carinho... e elas retribuem cuspindo na sua cara.”

As lhamas (Lama glama) são animais domesticados típicos da região andina. Serviram por séculos como animais de carga, fonte de lã e até companhia. São dóceis na maior parte do tempo, inteligentes, sociais. Mas guardam um detalhe nada poético: quando contrariadas, frustradas ou apenas de mau humor, podem cuspir. Não um cuspe qualquer — mas uma mistura de saliva e restos do estômago. Um lembrete ácido de que, apesar da domesticação, ainda carregam o instinto selvagem.

Dizem os especialistas que não é pessoal. A lhama não te odeia. Ela só cuspiu porque quis. Porque algo a incomodou. Porque… simplesmente porque sim.

E então percebi: a vida — e os relacionamentos — se parecem muito com lhamas. Você pode passar anos cuidando, oferecendo abrigo, carinho, sombra, silêncio, acreditando que o vínculo é sólido. Pode decorar manias, ritmos, preferências. Mas um dia, sem aviso, a lhama cospe. E, se deixar, vai embora sem olhar pra trás.

Alguns chamariam isso de instinto animal. Eu prefiro chamar de retrato cru do afeto humano: depois de tanto cuidado, há quem só te deixe a lembrança amarga de uma cusparada.

📜 Nota do autor:
O texto acima foi encontrado anos depois, amassado numa caixa esquecida. No rodapé, uma assinatura quase irônica, como um bilhete para ninguém:

Ass.: Menino-café.

🎧 O Eremitismo Mental Produtivo (A Arte de Ligar o Botão Fd-$)

  Epígrafe: "O mundo é como uma notificação irritante: você precisa silenciá-lo para conseguir ler o que está escrito dentro de si....