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Tentando tapar os buracos na minha cabeça...
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terça-feira, novembro 18, 2025

⏳ A Síndrome da Miopia Histórica (A Tirania de Julgar o Passado Com a Visão de Hoje)

 
Epígrafe: "O passado é uma terra estrangeira. Eles fazem as coisas de uma forma diferente lá."

A Tirania do Agora

Vivemos sob a ilusão de que a nossa crise é a mais inédita, que o nosso estresse é o mais insuportável e que os nossos problemas são os mais complexos que a humanidade já enfrentou.

Chamo isso de Síndrome da Miopia Histórica (SMH): a incapacidade de colocar as nossas dificuldades em perspectiva temporal. A SMH transforma o "agora" em um tirano, nos convencendo de que tudo é urgente, novo e sem precedentes.

Essa síndrome nos rouba uma ferramenta essencial: a memória e a humildade. Se tivéssemos a perspectiva histórica ligada, entenderíamos que as soluções (e os fracassos) para os nossos conflitos atuais provavelmente já foram testados em outras guerras, pandemias ou crises econômicas.

O Questionamento dos Netos Alemães

A miopia histórica fica mais evidente quando olhamos para trás e julgamos quem veio antes.

Em uma discussão sobre o nazismo, o escritor Leonel Caldela (que morou na Alemanha) mencionou que, nas décadas de 80 e 90, os jovens alemães tinham o hábito de confrontar seus avós e pais: "Por que vocês aceitaram o que fizeram durante a Segunda Guerra? Como vocês aceitaram aquele carinha do bigode e suas ideias absurdas?"

É um questionamento fácil e moralmente correto. Mas é o auge da Miopia Histórica.

É simples julgar com 80 anos de hindsight, com todos os livros de história escritos e todos os crimes revelados. O que a juventude (e nós, em nossos julgamentos diários) ignora é a complexidade do contexto: a propaganda, o medo do vizinho, o colapso econômico e o sequestro da razão que tornavam a escolha (ou a inação) muito menos óbvia naquele momento.

A Lição da Perspectiva

O desafio da Miopia Histórica é justamente este: entender que a pessoa no passado não sabia que estava no passado.

O avô alemão não acordou pensando: "Hoje farei uma escolha moralmente indefensável que será julgada por três gerações." Ele estava tentando sobreviver ao seu próprio "agora", com as informações e as pressões daquele dia.

A humildade da perspectiva histórica nos ensina duas coisas:

  1. Não Somos Únicos: As suas ansiedades sobre o futuro, por piores que sejam, não são inéditas. A humanidade já sobreviveu a piores.

  2. Seremos Julgados: Nossas escolhas de "agora" (o que postamos, o que ignoramos, o que escolhemos consumir) serão as decisões "absurdas" que a próxima geração irá julgar.

Expandir a nossa consciência temporal é o único antídoto contra a tirania do Agora. É só assim que ganhamos a perspectiva necessária para encarar a nossa crise com mais calma e menos histeria.

quarta-feira, novembro 05, 2025

💌 O Primeiro Amor (Aquele que Não Quis Dizer Adeus)

 
Epígrafe: "Alguns amores não precisam durar; precisam apenas acontecer."

A Inocência da Descoberta

O primeiro amor nem sempre é o primeiro que beijamos ou o primeiro que nos escreve. Às vezes, é só o primeiro que faz sentido. Aquele que chega na hora errada, mas deixa lembranças tão boas, tão vivas, que você perdoa o tempo.

A memória não é uma fotografia, é um museu de pequenos detalhes sensoriais.

Lembro das cartinhas que ela me escrevia, todas com letras inclinadas e uma caligrafia juvenil, carregando um perfume que parecia ficar preso nas dobras do papel. Era o cheiro da descoberta.

Lembro das sardas, da luz que se acendia nos olhos curiosos e claros e do sorriso fácil, sempre o mesmo, sempre pronto. Lembro da alegria dela quando me via — e de como isso, por si só, bastava para tornar qualquer coisa suportável.

A Intensidade Breve

Durou pouco, é verdade. Mas foi intenso. O tipo de intensidade que não se repete na vida adulta, que não quer durar para sempre — só quer acontecer, deixando uma marca que você consulta com carinho anos depois.

E aconteceu.

Com direito a um beijo demorado, intenso, que continha todas as promessas que a gente não sabia fazer. Lembro exatamente da trilha sonora daquele instante, com a melancolia agridoce do The Cranberries ecoando ao fundo. Foi a trilha sonora perfeita para um final que, na verdade, era só um recomeço.

O Vínculo que Sobrevive

O tempo passou, o mundo girou, e a vida — como sempre faz — nos levou para lados diferentes, exigindo foco em caminhos individuais.

Hoje ela é minha amiga. Quase digital, dessas que a gente encontra mais pelas palavras trocadas em chats do que pelos encontros físicos. Mas é uma amiga de verdade. Daquelas por quem eu torço, mesmo de longe, por cada vitória e cada passo.

E sei que, de algum jeito, o carinho é recíproco.

É bom ter esse tipo de sentimento guardado. Não para reviver o passado — mas para lembrar que, um dia, fomos capazes de tamanha beleza e leveza.

A vida adulta é cheia de complexidades, mas o registro daquela intensidade está seguro.

E a melhor parte de compartilhar essa memória?

É que ela está lendo isso agora.

domingo, novembro 02, 2025

🌹 Gone Away (Reflexões para o Dia de Finados)

Epígrafe: “Talvez em outra vida…” — The Offspring, Gone Away

A Tempestade nos Fones de Ouvido

Há músicas que não são apenas músicas. São pequenas tempestades que atravessam o tempo, os fones de ouvido e, de algum jeito, encontram o caminho direto até o peito. Gone Away, do The Offspring, é uma dessas.

Não é só sobre perda — é sobre o vazio que fica entre o que poderíamos ter dito e o que não dá mais tempo de dizer. É a tentativa frustrada de negociar com o destino, mesmo sabendo que ele não faz trocas.

Eu sempre fui impactado por mortes, mesmo de pessoas que nunca conheci. É natural, e faz parte da humanidade que ainda insiste em habitar em mim. Mas quando a perda é próxima, quando o nome ecoa dentro da gente como um som que não se apaga… aí o luto ganha outro peso. É difícil definir ou expressar a profundidade da dor.

O Vazio Físico e o Arrepio Universal

E talvez por isso Gone Away me acerte tanto. Desde o primeiro verso — Maybe in another life…” — já se estabelece o tom: não é negação, é uma súplica desesperada. É o cérebro tentando dar forma àquilo que o coração se recusa a aceitar.

Depois vem o refrão, e o mundo realmente parece mais frio e distante:

"Now that you’ve gone away…”

Essa linha é quase física. Sinto um arrepio toda vez que ela chega — e curiosamente, descobri que não sou o único. A frequência, a nota, ou seja lá o que for, toca um nervo universal da saudade. Vi a análise dessa youtuber e percebi que ela sentiu o mesmo arrepio na mesma parte, quase como se fosse uma assinatura musical da melancolia.

A canção segue, e o pedido fica mais intenso, mais inegociável, mais humano:

"Black roses and Hail Mary / Can't bring back what's taken from me..."

O clímax do sentimento, para mim, está na aceitação da impotência e na persistência da busca:

"I reach to the sky / And call out your name / And if I could trade I would..."

Talvez seja isso que a gente faz em silêncio, mesmo sem perceber: segue chamando, segue alcançando o céu com a lembrança, mesmo que não venha resposta.

A Certeza que Permanece

Hoje é Dia de Finados. E ao invés de vestir o luto pesado, prefiro ouvir essa música e pensar que, talvez, exista um canto do universo onde os que amamos ainda dançam — sem dor, sem relógio, sem distância.

Até lá, seguimos. Com a lembrança, com a música, com o arrepio — e com a certeza de que sentir essa dor é o que, ironicamente, ainda nos mantém vivos e conectados àqueles que se foram.

sábado, setembro 27, 2025

☕ Um Encontro Entre Provas e Escadas: A Oportunidade Que Foi Sem Precisar Ficar

"Algumas pessoas passam por nós como sombra fresca num dia quente. Não ficam. Mas mudam o caminho.”

O Aviso e a Quebra do Protocolo

Meu amigo vive repetindo uma frase, e jura que fui eu quem a disse a ele primeiro: "Não crie expectativas. E não desperdice oportunidades." Eu sempre nego a autoria, mas confesso que ela só fez sentido para mim em um dia específico, num ambiente improvável: a porta de um concurso público.

Eu estava lá, na minha bolha de concurseiro, com meus fones de ouvido — o escudo universal contra a tagarelice alheia e as lamúrias sobre "salário baixo" e "cartas marcadas". Meu protocolo era claro: concentração e silêncio.

Até que uma desconhecida, com uma coragem invejável, sentou ao meu lado e quebrou o protocolo com a lucidez de um spoiler existencial:

“Tenho certeza que você está com fones para não conversar com ninguém... mas acho que se a gente conversar, vamos entrar mais tranquilos.”

O sorriso foi inevitável.

A Serendipidade Humana

Eu não lembro o concurso, nem a matéria. Nem a classificação (o que, no mundo concurseiro, é o mesmo que dizer: não passei). Mas lembro daquele alívio que veio na conversa. Ela era do Sul, veio sozinha, estava em um hotel, e esperava ser chamada para um cargo que já havia passado lá em Goiás — um marco, um farol de esperança para qualquer um ali.

Falamos de tudo e de nada: a logística da viagem, o nervosismo, as apostas baixas que fazíamos para essa prova específica. Foi uma gentileza momentânea, uma sombra fresca em um dia quente. Um encontro puro, sem segundas intenções.

Quando o portão abriu, subimos juntos a escada da escola. Ela entrou em uma sala no andar de baixo. Um beijinho de despedida, sem nomes, sem redes sociais, e... fim. Não sei o nome, e juro que não lembro do rosto. Mas lembro da sensação de paz que ela me deu.

Eu estava ali para não desperdiçar a oportunidade de passar na prova, mas a oportunidade que realmente valeu a pena foi a de conversar com uma estranha por dez minutos.

Talvez alguns encontros não estejam no mapa da vida. Mas estão marcados com caneta permanente em algum canto da memória.

quinta-feira, setembro 25, 2025

🪦 Epitáfios, Vaidade e a Ilusão de Dizer a Última Palavra

 
📌 Epígrafe:

“Aqui jaz alguém que tentou dizer algo depois do fim. Mas, sinceramente, nem ele vai ler.”

Há quem planeje com cuidado o que será escrito em sua lápide.
Como se a morte fosse um livro com direito a epílogo.

Alguns escrevem piadas. Outros, versos. Muitos só querem ser lembrados como “alguém bom”. Mas no fundo, há algo de cômico — e profundamente humano — em tentar controlar até a nossa última frase no mundo. Como se pudéssemos deixar uma assinatura final no caos.

O epitáfio é, em essência, vaidade petrificada. É a ilusão de que seremos lidos quando já não estivermos aqui. É o desejo de condensar uma vida inteira em meia dúzia de palavras — como se elas fossem durar mais do que o pó.

Talvez o que nos mova seja o medo de ser esquecidos. A angústia de desaparecer sem deixar um rastro. Porque, no fim, todos sabemos: um dia somos um retrato na parede, no outro, nem isso.

E ainda assim, insistimos em esculpir frases como quem grita contra o silêncio. Não para nós — que não leremos —, mas para os que ficam. É um pedido disfarçado: “me lembrem, me levem adiante, não deixem que eu me apague tão rápido”.

Ironia das ironias: o epitáfio nunca é sobre quem parte. É sempre sobre quem lê.

E talvez seja exatamente isso que o torna tão humano.

sábado, setembro 20, 2025

🦙☕ Post Extra — A Lhama e o Menino-Café

 
📌 Epígrafe:

“Algumas pessoas são como lhamas: você dá o pasto, o abrigo, o carinho... e elas retribuem cuspindo na sua cara.”

As lhamas (Lama glama) são animais domesticados típicos da região andina. Serviram por séculos como animais de carga, fonte de lã e até companhia. São dóceis na maior parte do tempo, inteligentes, sociais. Mas guardam um detalhe nada poético: quando contrariadas, frustradas ou apenas de mau humor, podem cuspir. Não um cuspe qualquer — mas uma mistura de saliva e restos do estômago. Um lembrete ácido de que, apesar da domesticação, ainda carregam o instinto selvagem.

Dizem os especialistas que não é pessoal. A lhama não te odeia. Ela só cuspiu porque quis. Porque algo a incomodou. Porque… simplesmente porque sim.

E então percebi: a vida — e os relacionamentos — se parecem muito com lhamas. Você pode passar anos cuidando, oferecendo abrigo, carinho, sombra, silêncio, acreditando que o vínculo é sólido. Pode decorar manias, ritmos, preferências. Mas um dia, sem aviso, a lhama cospe. E, se deixar, vai embora sem olhar pra trás.

Alguns chamariam isso de instinto animal. Eu prefiro chamar de retrato cru do afeto humano: depois de tanto cuidado, há quem só te deixe a lembrança amarga de uma cusparada.

📜 Nota do autor:
O texto acima foi encontrado anos depois, amassado numa caixa esquecida. No rodapé, uma assinatura quase irônica, como um bilhete para ninguém:

Ass.: Menino-café.

terça-feira, setembro 09, 2025

🩹 Post Extra — Feridas que não se fecham

 “Há feridas tão grandes que nunca cicatrizam.” Frodo sabia disso. Nós também.

Quando alguém que amamos vai embora, não existe manual de instruções. Nenhum cronômetro para marcar quando a dor deve acabar, nenhum guia para ensinar como reorganizar a vida sem aquela presença. A ferida continua ali: às vezes discreta como uma pontada leve, às vezes gritante como uma chama que insiste em queimar por dentro. Mas sempre presente.

Frodo carregou o fardo até o fim. E se você entendeu o final, sabe bem: algumas dores não passam, apenas mudam de forma.
Mas aqui, fora das páginas de Tolkien, aprendemos algo parecido. Descobrimos que a dor não precisa parar para a vida continuar.

Porque viver não é apagar. Não é esquecer. Não é fingir que nada aconteceu. É seguir com a ferida, com a lembrança, com o espaço vazio que jamais será preenchido do mesmo jeito.
É reaprender a sorrir mesmo com a cicatriz latejando. É encontrar beleza nos dias comuns sem exigir que ela cure o que não tem cura.

No fundo, a ausência não some. Ela só aprende a morar em silêncio dentro da gente — e nós aprendemos, pouco a pouco, a dividir espaço com ela.

Epígrafe:
“A ausência não some — só aprende a morar em silêncio dentro da gente.”


domingo, setembro 07, 2025

📌 Post Extra — “Nada Importante Aconteceu Hoje”

 
A frase já foi atribuída a reis diferentes, em dias que mudaram o mundo.

Dizem que Luís XVI, rei da França, teria escrito em seu diário, em 14 de julho de 1789:

“Nada importante aconteceu hoje.”
O mesmo dia em que a Bastilha caiu e a Revolução Francesa começou.

Dizem também que George III, rei da Inglaterra, teria registrado no diário em 4 de julho de 1776:

“Nothing of importance happened today.”
O mesmo dia em que os Estados Unidos declararam sua independência.

Historiadores discutem a veracidade. Talvez nunca tenham dito. Mas não importa: o mito já basta. A frase virou símbolo de ironia histórica — o lembrete de que o hoje, tão banal, pode ser o ontem grandioso de amanhã.

E, cá entre nós, quem nunca teve vontade de usar a mesma frase?
— Quando o mundo comemora uma eleição que você vê como desastre.
— Quando um amor antigo aparece com alguém novo.
— Quando a vida insiste em mudar de rumo, e tudo o que você queria era um botão de skip.

O “nada importante aconteceu hoje” é, no fundo, um mecanismo de defesa. Uma forma de tentar desbotar a dor, minimizar a perda, negar a mudança. Um jeito de dizer: “Se eu fingir que nada aconteceu, talvez doa menos.”

Mas a história ensina outra coisa: por mais que alguém declare que nada importa, os dias não pedem licença. A Bastilha cai, a independência é proclamada, o coração se quebra. E, ainda assim, o tempo segue registrando.

Talvez a frase seja menos sobre negar os acontecimentos e mais sobre reconhecer nossa pequenez diante deles. Porque, no fundo, sempre há algo acontecendo — seja no palco da história, seja no palco íntimo da vida.

Epígrafe:
“Às vezes, dizer que nada aconteceu é só outra forma de confessar que tudo mudou.”

quarta-feira, agosto 13, 2025

📌 Post Extra — O Dragão na Garagem e o Olho do Ceará

 
Meu pai, que saiu do Ceará aos 18 e hoje já passou dos 70, gosta de contar histórias do sertão.

Uma delas reapareceu na sala esses dias, quando ele falava para minha sobrinha sobre um amigo de infância que machucou o olho. O médico — “daquele tempo”, como meu pai faz questão de frisar — disse que ele perderia a visão.

O amigo, então, recorreu à fé: fez uma promessa a São Francisco, o santo mais forte da região.
Uma semana depois, voltou ao médico (ao menos fez isso, ponto para ele) e ouviu o improvável:

— “Vai se curar.”

E se curou.

Essa história me lembrou de algo que sempre me intriga: a força do testemunho humano.
Não importa se é sobre um milagre no interior, um fantasma no corredor ou uma luz estranha no céu — quando alguém conta algo com emoção e detalhes, nossa mente preenche as lacunas como se fosse verdade absoluta.

Mas, como já dizia Carl Sagan:

“Alegações extraordinárias exigem evidências extraordinárias.”

No seu livro O Mundo Assombrado pelos Demônios, Sagan criou a metáfora do Dragão na Garagem: se alguém diz ter um dragão invisível e intangível vivendo na garagem, mas não há como medi-lo, fotografá-lo ou interagir com ele, qual a diferença prática entre existir e não existir?

James Randi, o grande ilusionista e cético, levou isso ao limite. Criador do famoso Desafio Paranormal, ofereceu um prêmio de 1 milhão de dólares a quem demonstrasse habilidades sobrenaturais sob condições controladas. Ninguém jamais conseguiu.

Richard Feynman, físico e eterno provocador de certezas absolutas, alertava:

“O primeiro princípio é que você não deve enganar a si mesmo — e você é a pessoa mais fácil de enganar.”

Richard Dawkins, por sua vez, argumenta que nossa mente evoluiu para detectar padrões e causalidades rapidamente, pois isso ajudava na sobrevivência — mas esse mesmo impulso nos faz ver conexões onde não existem, desde constelações até “curas” milagrosas.

Não estou aqui para negar o que meu pai viu, ou o que ele acredita ter visto.
A fé pode ser um pilar poderoso. Mas entre o milagre e a coincidência, o testemunho ocular é talvez a pior prova — não porque a pessoa esteja mentindo, mas porque nossa memória adora escrever ficção com cara de realidade.

📜 Epígrafe:
"Milagres acontecem. Mas, às vezes, o milagre é só a gente não perceber como foi que aconteceu."

🎧 O Eremitismo Mental Produtivo (A Arte de Ligar o Botão Fd-$)

  Epígrafe: "O mundo é como uma notificação irritante: você precisa silenciá-lo para conseguir ler o que está escrito dentro de si....