E, com ela, uma promessa sussurrada: menos café, mais chá.
Mate de coca, pra ser mais exato — dizem que é bom pro estômago.
E, apesar das piadinhas inevitáveis, o dia passou com menos cafeína e mais silêncio.
E aí me peguei pensando:
por que é tão difícil viver no meio do caminho?
Sem extremos, sem exageros, sem repetir os rituais que juramos abandonar todo domingo à noite?
O café e o caos
Tomo café desde os sete anos, herança direta da minha mãe.
Café quente, preto, forte, doce de vida.
A cada tentativa de diminuir, a promessa: “Agora vai”. Mas... não vai.
A pálpebra treme, o coração acelera, a mente tagarela... e mesmo assim, a xícara se enche de novo.
O problema nem é o café.
É o excesso.
Que mora em tudo que amamos demais: no volume da música, nas conversas que nos atravessam, nas ideias que não cabem no corpo.
O equilíbrio que parece estranho
Queria encontrar esse ponto de equilíbrio que tanto se fala.
Mas confesso: toda vez que me aproximo dele, sinto falta do caos.
Talvez porque o caos seja mais familiar, mais confortável do que o silêncio que não sabemos preencher.
Epígrafe:
“Talvez o equilíbrio seja só isso: um exagero que cansou.”