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Tentando tapar os buracos na minha cabeça...
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terça-feira, setembro 02, 2025

🕳️ Post Extra — Quiet Cracking: Quando o Trabalho Desiste de Você

 

Já aconteceu de você estar ali, presente, mas invisível? Funcionando no automático, entregando o que pedem — mas sem voz, sem espaço, sem brilho? Pois é exatamente isso que o tal do Quiet Cracking representa: uma rachadura silenciosa que não acontece quando você desiste do trabalho, mas quando o trabalho começa a desistir de você.

O termo vem ganhando espaço no mundo corporativo, definido como a “rachadura silenciosa” que mina motivação, engajamento e saúde mental sem aviso. É como um espelho que deixa de refletir: você está lá, mas perdeu o espaço simbólico. O rompimento acontece no pacto invisível entre empresa e funcionário — aquele contrato não escrito de reconhecimento, confiança e investimento emocional.

E o detalhe cruel: esse fenômeno não escolhe cargo. Pode atingir estagiários, analistas, gerentes e até altos executivos. E quase nunca aparece em relatórios. Afinal, ele se instala por descuidos sutis: reuniões das quais você é excluído, feedbacks que nunca vêm, projetos que deixam de contar com sua participação. O silêncio se torna cotidiano.

Um estudo recente da TalentLMS mostrou que mais da metade dos trabalhadores americanos já sentiu o efeito do Quiet Cracking. E quase 20% vivem isso como rotina — silenciosa, mas dolorosa. Isso impacta eficiência, inovação e retenção. Porque, no fim, quem não se sente reconhecido deixa de ser ponte para o futuro e passa a ser visto (ou tratado) como obstáculo.

Como perceber (e reagir)

O Quiet Cracking é sutil, mas devastador. Ele revela falhas não no indivíduo, mas no ambiente que deveria sustentá-lo. Reconhecer isso é um primeiro passo poderoso — seja para reconstruir pontes, seja para traçar um novo caminho.

Epígrafe:
“Às vezes o silêncio não é paz. É sinal de rachadura.”


🔗 Referências consultadas

segunda-feira, agosto 25, 2025

LinkedIn: o Olimpo do Networking Sem Alma

 
No Olimpo digital, Deus é CEO.

Anjos são gestores.
E o inferno tem uma placa de neon que pisca: “gratidão pela conexão 🙏”.

O LinkedIn é o templo onde o culto à produtividade encontra sua liturgia própria. Ali, os perfis são mais caprichados do que qualquer bio no Instagram: cada curso, cada certificação, cada workshop online vira medalha de guerra — e a timeline parece um mural de vitórias corporativas eternas.

Mas por trás do sorriso em fundo azul e da enxurrada de “cases de sucesso”, fica a pergunta incômoda: estamos realmente ali para trabalhar, ou para sermos vistos?

A lógica do LinkedIn é quase religiosa. A meritocracia é dogma, os certificados são relíquias, e os posts motivacionais funcionam como sermões: frases curtas, impactantes, muitas vezes ilustradas com uma imagem de alguém no topo de uma montanha. A mensagem subliminar é sempre a mesma: “se você não chegou lá, é porque não tentou o suficiente”.

Claro, existe valor em celebrar conquistas. Mas há também uma espécie de arqueologia do corporativês: camadas e camadas de palavras que soam importantes, mas dizem pouco. “Sinergia”, “resiliência”, “mindset exponencial”, “networking estratégico”… um idioma que, traduzido, poderia caber numa frase simples: “olha como eu sou útil, me contrata, me valida”.

A ironia é que, enquanto lá se busca emprego com afeto forçado, no Tinder talvez haja mais autenticidade: menos PowerPoint, mais pele. Já pensou se trocássemos os papéis? Procurar amor no LinkedIn e vaga no Tinder? Quem sabe desse certo: no mínimo, a sinceridade salvaria tempo.

No fim, o LinkedIn talvez seja isso mesmo: uma vitrine. Uma feira de talentos, inseguranças e ambições. Mas se todo Olimpo é também teatro, que ao menos aprendamos a rir do nosso papel nele. Afinal, até os deuses corporativos precisam descer para tomar café.

🌱 Post Extra — Zona de Conforto (ou pelo menos tentando chegar nela)

  📌 Epígrafe: “ Fortis fortuna adiuvat ” — A sorte favorece os corajosos. (tatuagem inscrita nas costas de John Wick ) Sempre ouvi que “...