Declus

Tentando tapar os buracos na minha cabeça...
Mostrando postagens com marcador luto. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador luto. Mostrar todas as postagens

terça-feira, setembro 09, 2025

🩹 Post Extra — Feridas que não se fecham

 “Há feridas tão grandes que nunca cicatrizam.” Frodo sabia disso. Nós também.

Quando alguém que amamos vai embora, não existe manual de instruções. Nenhum cronômetro para marcar quando a dor deve acabar, nenhum guia para ensinar como reorganizar a vida sem aquela presença. A ferida continua ali: às vezes discreta como uma pontada leve, às vezes gritante como uma chama que insiste em queimar por dentro. Mas sempre presente.

Frodo carregou o fardo até o fim. E se você entendeu o final, sabe bem: algumas dores não passam, apenas mudam de forma.
Mas aqui, fora das páginas de Tolkien, aprendemos algo parecido. Descobrimos que a dor não precisa parar para a vida continuar.

Porque viver não é apagar. Não é esquecer. Não é fingir que nada aconteceu. É seguir com a ferida, com a lembrança, com o espaço vazio que jamais será preenchido do mesmo jeito.
É reaprender a sorrir mesmo com a cicatriz latejando. É encontrar beleza nos dias comuns sem exigir que ela cure o que não tem cura.

No fundo, a ausência não some. Ela só aprende a morar em silêncio dentro da gente — e nós aprendemos, pouco a pouco, a dividir espaço com ela.

Epígrafe:
“A ausência não some — só aprende a morar em silêncio dentro da gente.”


quinta-feira, agosto 28, 2025

📌 Post Extra — Quem vai primeiro?

 
Existe um segredo não dito em qualquer relação de amor: alguém sempre vai embora primeiro.

E, de algum jeito cruel e inevitável, esse é o verdadeiro contrato que assinamos sem ler as letras miúdas.

A cena já virou meme de sabedoria contemporânea: Stephen Colbert pergunta a Keanu Reeves o que acontece quando morremos. O ator, sem pausa, sem filosofia rebuscada, responde apenas:
— “Aqueles que nos amam sentirão nossa falta.”

Fim. Checkmate. Derrubou a mesa.
De repente, já não importa se há vida após a morte, reencarnação, paraíso ou um upload de consciência na nuvem. O que importa é quem fica.

Talvez por isso, às vezes, brote em nós uma vontade quase infantil de “partir primeiro”. Não por bravura, mas por medo: para não carregar o peso da ausência, o silêncio da casa, a cadeira vazia na mesa. Um pedido secreto para que o outro assine a parte mais amarga do contrato.

Mas amar é justamente o contrário: é aceitar esse risco. É abraçar a possibilidade da dor. É saber que a vida é um jogo de dados viciados — e que, inevitavelmente, alguém vai sentir a ferida do “primeiro adeus”.

No fundo, a pergunta nunca foi “quem vai primeiro?”, mas sim: estamos vivendo de tal forma que, quando esse dia chegar, a nossa falta será sentida?


Epígrafe
"Amar é arriscar a ausência do outro. E ainda assim, continuar."

🌱 Post Extra — Zona de Conforto (ou pelo menos tentando chegar nela)

  📌 Epígrafe: “ Fortis fortuna adiuvat ” — A sorte favorece os corajosos. (tatuagem inscrita nas costas de John Wick ) Sempre ouvi que “...