Arthur Schopenhauer, o filósofo do pessimismo, provavelmente não teria um perfil no Tinder. Mas se tivesse, sua bio seria algo como:
“A vida oscila entre a dor e o tédio. Swipe por sua conta e risco.”
Para ele, o amor não era uma poesia bonita nem uma escolha racional. Era, na verdade, um truque da natureza — uma armadilha biológica para nos fazer acreditar que estamos buscando felicidade, quando na verdade estamos apenas servindo ao instinto da espécie.
O desejo seria, assim, uma gaiola invisível.
Você entra achando que é liberdade, mas logo percebe as barras: ciúme, frustração, promessas quebradas, ilusões que se repetem.
Cada "match" é menos sobre você e mais sobre a vontade cega da vida (a famosa Vontade, em Schopenhauer) querendo continuar existindo.
E é aí que o filósofo dá aquele tapa filosófico:
👉 O amor romântico é só a ilusão de que “dessa vez vai”.
Na prática, é um empurrão para a reprodução, pintado com frases bonitas e playlists no Spotify.
Mas calma — Schopenhauer não era apenas destruidor de corações. Ao enxergar o amor como ilusão, ele também nos lembrava de algo libertador: talvez não seja culpa sua se dói tanto. Talvez a dor de amar e desamar seja só o preço de estar vivo num corpo que insiste em desejar.
No fim, podemos até rir: se o filósofo tivesse visto a dinâmica do Tinder, talvez apenas confirmasse sua tese — não importa quantos swipes você dê, a gaiola sempre está lá. Só muda a cor da grade.