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sábado, novembro 15, 2025

🤳 A Paranoia da Felicidade Alheia (Ou: O Filtro de Instagram que Estraga a Vida Real)

 Epígrafe: "A felicidade é como a luz da geladeira: quando você abre para ver, ela se apaga."

A Curadoria da Felicidade Perfeita

Vivemos na era da imagem curada. Não basta ser feliz; é preciso parecer feliz. E, mais importante, é preciso que a sua felicidade seja superior, mais instagramável, mais digna de um story.

Essa exposição constante, seja nas redes sociais ou na performance social do dia a dia, gerou um novo tipo de mal-estar: a Paranoia da Felicidade Alheia.

É a sensação persistente de que todo mundo está vivendo uma vida mais vibrante, mais bem-sucedida e mais alegre do que a sua. É o filtro de Instagram que estraga a vida real.

O Círculo Vicioso da Comparação

A paranoia funciona em um ciclo vicioso:

  1. O Gatilho: Você vê o post de um amigo viajando, a foto do colega com um novo carro, ou ouve a história daquele conhecido que "largou tudo para ser feliz" na Tailândia.

  2. A Projeção: Você projeta sobre essas imagens a totalidade de uma vida perfeita, ignorando a bagunça, o esforço e os problemas que não foram compartilhados.

  3. A Dúvida Existencial: Imediatamente, você compara essa "vida perfeita" com a sua própria, que, convenientemente, está acontecendo "no escuro" — com boletos, dias ruins e a rotina nem sempre glamourosa.

  4. A Autocrítica: Você conclui que algo está "errado" com a sua felicidade, que você está ficando para trás, que sua vida é menos interessante ou que você deveria estar sentindo mais "euforia".

A Mentira da Euforia Constante

O grande segredo que a paranoia esconde é este: a euforia constante é uma mentira. A vida real é feita de platôs, de dias normais, de momentos de paz e, sim, de tédio.

A busca incessante por essa felicidade alheia nos impede de reconhecer e valorizar a nossa própria. A alegria simples de um café da manhã tranquilo, de uma série boa no sofá (a paz funcional do adulto resignado!), de uma conversa com um amigo — tudo isso é ofuscado pelo brilho artificial da perfeição projetada.

O Desligar Necessário

O antídoto para a Paranoia da Felicidade Alheia não é ser mais feliz; é parar de comparar.

É entender que a vida da maioria das pessoas não é um highlight reel constante. É uma colcha de retalhos de momentos bons, neutros e desafiadores.

Desligue o filtro. Desligue a comparação. Desligue a ideia de que sua felicidade precisa ser aprovada ou de que ela precisa parecer com a de alguém.

Sua felicidade não precisa de hashtags. Ela só precisa ser sua.


sexta-feira, setembro 05, 2025

✍️ Post Extra — A dor de se manter “reto” (ou quase isso)

 Às vezes sinto que faço papel de bobo.

Seja quando deixo alguém passar na frente, quando entrego umas moedas para alguém na rua, ou até quando penso que não mereço o amor ou a amizade de certas pessoas. Nessas horas, me convenço de que “deixar a pessoa em paz” é a escolha mais sensata. E, por algum motivo, esse tal “caminho do meio” dói.

Não é que eu esteja nele o tempo todo — pelo contrário. Passei anos justamente tentando chegar perto dele. Me recuso a levar vantagem indevida, mesmo quando ninguém descobriria. Mesmo quando a vida parece quase me convidar a trapacear. Já fiz isso no passado, e às vezes me dei bem — muito bem, por sinal. Mas a sensação que ficou não foi vitória, foi dívida.

Hoje engulo o choro, me resigno, sigo. Tento acertar, tento me redimir. Mas, no fundo, a pergunta continua cutucando: será que deveria ter aproveitado aquela brecha, aquele “atalho”? Talvez. Só que, em algum ponto, percebi que não quero isso há muito tempo.

Vejo os amigos rirem quando enganam alguém, quando “passam a perna” como se fosse troféu. Eu já ri disso também. Hoje, aprendi a não criticar e a não dar lição de moral — não sou perfeito. Ninguém sabe quando vou escorregar de novo. A única diferença é que, quando esse próximo deslize vier, espero que não seja premeditado.

Talvez seja isso o que sobra de consolo: não a perfeição, mas a escolha insistente de continuar tentando. Mesmo que doa. Mesmo que eu me sinta meio idiota. Porque, no fim, ser “reto” é quase sempre perder no curto prazo. Mas talvez seja o único jeito de não se perder de si mesmo.

Epígrafe:
“Não é sobre nunca cair. É sobre saber por que ainda tento andar em linha reta.”


🎧 O Eremitismo Mental Produtivo (A Arte de Ligar o Botão Fd-$)

  Epígrafe: "O mundo é como uma notificação irritante: você precisa silenciá-lo para conseguir ler o que está escrito dentro de si....