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Tentando tapar os buracos na minha cabeça...
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quinta-feira, setembro 04, 2025

📌 Post Extra — A Falha na Matrix (ou Só Mais um Viés do Cérebro)

 De vez em quando, alguém jura ter visto uma “falha na Matrix”: um déjà vu, um erro de continuidade, um glitch no cenário. Para alguns, isso é prova de que vivemos numa simulação. Para outros (incluindo este que vos escreve, pelo menos na maioria dos dias), é só o cérebro fazendo o que faz de melhor: enxergar padrões até onde eles não existem.

E faz sentido. Nosso cérebro foi programado pela sobrevivência: se algo se mexia atrás da moita, melhor correr. Noventa por cento das vezes podia ser só o vento… mas no 10% restante, era um bicho querendo te comer. Então sim, carregamos uma mente treinada para ver ameaças, coincidências e significados mesmo quando eles não estão lá.

Mas aí surge a questão: e se, de fato, estivermos dentro de uma simulação? O que exatamente isso mudaria?
Você deixaria de pagar boletos? O café deixaria de fazer efeito? A fome, o amor, a dor ou o tédio parariam de existir?

A verdade é que, mesmo que estejamos em uma simulação, continuamos sentindo tudo como se fosse real. E talvez isso baste.

Cypher, em Matrix, diz a frase definitiva enquanto mastiga um bife ilusório:

“Eu sei que este belo pedaço de bife não existe. Sei que, quando o coloco na boca, a Matrix está dizendo ao meu cérebro que ele é suculento e delicioso. Depois de nove anos… sabe o que eu percebi? Que a ignorância é uma benção.”

Talvez seja isso: a utilidade de discutir se vivemos ou não numa simulação é quase nula. No fim, o mais sensato é o mais simples: viver. Porque, simulação ou não, ainda precisamos atravessar a rua olhando pros dois lados.

Epígrafe
“Se for simulação, ao menos que continuem servindo café quente.”


sexta-feira, julho 04, 2025

O Cérebro Que Se “Esqueceu” de Morrer

 🧠 Em 2007, neurologistas franceses publicaram um caso que desafiou todo o manual da medicina:

Um homem de 44 anos, casado, pai de dois filhos, funcionário público — aparentemente saudável.
Mas havia um detalhe:
quase não tinha cérebro.

🩻 Exames de imagem mostraram que boa parte do tecido cerebral havia sido substituída por fluido. Um caso extremo de hidrocefalia silenciosa, presente desde a infância.
E mesmo assim...
O homem vivia normalmente.
Conversava. Trabalhava. Tinha memórias. Fazia planos.
Como isso é possível?


🔍 Quando falta cérebro, mas sobra mistério

O caso virou debate internacional.
Alguns argumentaram que o pouco tecido restante se reorganizou de maneira extraordinária.
Outros sugeriram que o cérebro humano é mais resiliente do que imaginamos.
Mas a pergunta que ecoou em todas as salas foi:
“O que, afinal, é essencial para estar vivo?”

Se a consciência pode sobreviver a uma redução tão drástica do seu suposto “hardware”, o que isso diz sobre o que somos?


🧠 Você não é seu cérebro… ou é?

A neurociência moderna insiste: tudo que somos está na massa cinzenta.
Personalidade, afetos, escolhas, memórias.
Mas quando um cérebro quase não está ali — e a vida continua — a dúvida se instala.
Será que temos um centro mais difuso do que supúnhamos?
Será que a consciência é mais rede que sede?

📎 O cérebro não é só uma máquina — é um improvisador.
Quando perde uma peça, inventa outra função.
Quando é ferido, compensa.
Quando é subestimado, surpreende.


🧩 Identidade: download ou performance?

Se esse homem viveu quase meio século sem saber da sua condição, a pergunta muda:
A consciência depende daquilo que carregamos… ou daquilo que fazemos com o que temos?

📡 O cérebro pode ser como um roteador velho em uma casa moderna: lento, limitado — mas suficiente para manter tudo funcionando, desde que não sobrecarregue.


🧘‍♂️ Talvez a mente funcione melhor quando ninguém está olhando.

Na maioria das vezes, não estamos “controlando” nossos pensamentos.
Eles simplesmente fluem.
O cérebro é como um mar em silêncio — cheio de correntes invisíveis, operando em planos que a consciência não monitora.

💡 A história desse homem pode parecer uma aberração.
Mas talvez seja apenas um lembrete:
há muito mais acontecendo dentro de nós do que conseguimos nomear.


🌀 Afinal, quem somos quando a ciência diz que não deveríamos ser?

Esse caso não só desafia manuais médicos.
Ele cutuca a filosofia, a psicologia, a espiritualidade.
Nos faz lembrar que a vida é mais resistente — e mais misteriosa — do que qualquer teoria.

📎 E que, às vezes, o que nos mantém de pé não é visível em nenhum exame.
É vontade. É rotina. É laço. É silêncio bem estruturado.

🌱 Post Extra — Zona de Conforto (ou pelo menos tentando chegar nela)

  📌 Epígrafe: “ Fortis fortuna adiuvat ” — A sorte favorece os corajosos. (tatuagem inscrita nas costas de John Wick ) Sempre ouvi que “...