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sábado, outubro 11, 2025

🐄 A Linguagem que a Vaca Entende: Sobre a Inutilidade da Espera

 

"Enquanto a gente teoriza, ela mastiga. A linguagem que a vaca entende é simples: ação."

A Linguística Bovina (e a Procura por Validação)

A ciência tem suas loucuras, mas poucas se comparam ao que aconteceu no Condado de King, nos Estados Unidos, em meados do século XX. O objetivo era nobre, mas bizarro: provar que as vacas da região entendiam melhor a gramática incorreta dos fazendeiros do que a gramática formal ensinada nas escolas.

A tese partia da observação de que os animais respondiam mais rápido a comandos regionais, como "git along now", do que ao correto "go along now, please". A partir daí, um grupo de professores locais decidiu que a gramática padrão estava errada — e que as vacas, criaturas de suposta sabedoria bovina, eram a prova científica de que o sotaque local era superior à norma culta.

O experimento durou algumas semanas. Envolveu linguistas, fazendeiros e, claro, um rebanho de animais impassíveis.

A Verdade Universal da Indiferença

O experimento terminou, previsivelmente, em nada. As vacas continuaram ignorando tanto a gramática formal quanto a linguagem vernacular. Elas confirmaram apenas uma verdade universal: o tempo que se gasta esperando uma resposta que nunca virá é o mesmo tempo que poderíamos usar para fazer algo útil — como tirar o leite.

No fundo, o condado inteiro não estava testando as vacas; estava testando a si mesmo. Queriam ouvir do mundo (ou de um animal ruminando capim) uma confirmação, um aceno que dissesse: "Sim, o seu jeito está certo. Você não precisa mudar."

E é aí que a metáfora bate forte:

Nós fazemos isso o tempo todo. Esperamos pela validação da vida, dos outros, das circunstâncias ou de um status quo que nos diga que estamos "no caminho certo". E chamamos essa paralisia de paciência ou de cautela.

Quando, na verdade, é apenas espera.

A lição da vaca é brutal e eficiente: a linguagem que realmente move a vida é a Ação. Enquanto a gente fala, ela mastiga. Enquanto a gente teoriza e espera pela permissão, ela segue em frente.

Enquanto a gente espera a validação, ela simplesmente vive.

sábado, setembro 27, 2025

📝 Olhar Curioso – A primeira vez que alguém disse “Ok”

 
“Ok” é provavelmente a palavra mais usada do mundo. Está em e-mails, conversas, contratos, memes… e até em situações onde o silêncio seria suficiente. Mas você já parou pra pensar: quando foi a primeira vez que alguém disse (ou melhor, escreveu) “Ok”?

📜 A história começa nos Estados Unidos, no longínquo 1839. Na época, os jornais de Boston tinham a mania de criar abreviações engraçadas — uma espécie de “trolagem” editorial. Era moda escrever palavras com erros de propósito, só para depois abreviá-las.

👉 Um exemplo: all correct (“tudo certo”) virou oll korrect — e daí nasceu o famoso O.K.

📰 O jornal Boston Morning Post publicou a sigla pela primeira vez em 23 de março de 1839. Ninguém ali imaginava que aquela piadinha regional viraria a abreviação mais globalizada da história.

💬 Abraham Lincoln usou “OK” em documentos oficiais. Telegrafistas adotaram a sigla para confirmar mensagens. Décadas depois, o termo já estava espalhado por todos os cantos, sendo entendido mesmo por quem não falava inglês.

🙃 Moral da história: a palavra que hoje parece universal nasceu de uma piada interna de jornalistas. Ou seja, o mundo inteiro acabou dizendo “Ok” porque alguém achou engraçado escrever errado.

🎧 O Eremitismo Mental Produtivo (A Arte de Ligar o Botão Fd-$)

  Epígrafe: "O mundo é como uma notificação irritante: você precisa silenciá-lo para conseguir ler o que está escrito dentro de si....