💿 Se você pudesse escolher uma única música para deixar vagando pelo universo…
qual seria?
Um samba?
Um lamento?
Uma sinfonia?
Um grito?
Uma prece?
🌌 Imagina um disco flutuando até Plutão —
longe de tudo, sem ninguém pra ouvir.
Ainda assim, carregando uma história.
🚀 A música como cápsula do que fomos
A NASA já fez algo parecido.
Em 1977, com as sondas Voyager, mandamos ao espaço o Golden Record —
um disco dourado com sons da Terra:
línguas, músicas, batimentos cardíacos, o choro de um bebê, o som de um beijo.
📎 A ideia não era só documentar.
Era tentar representar quem somos.
Num gesto quase desesperado (e profundamente humano):
“Se alguém, em algum lugar, ouvir... que saiba que existimos.”
🔊 O som como assinatura invisível
Música não é só entretenimento.
É uma espécie de autobiografia coletiva.
É o jeito como o tempo respira, como a emoção se traduz, como a alma ocupa espaço.
📎 Mandar uma música pro universo é um jeito de dizer:
“Isso aqui doeu.”
“Isso aqui nos fez dançar.”
“Isso aqui nos fez lembrar.”
🎧 E por que Plutão?
Porque ele está longe o suficiente pra ser poético.
Silencioso. Frio. Esquecido.
Mas também real, redescoberto, com órbita própria.
📎 Como certos sentimentos.
Como certos artistas.
Como certas ideias que só fazem sentido depois que passam.
🏗️ E se fosse “Construção”?
A canção de Chico Buarque é um épico de 3 minutos.
Sobre rotina, opressão, humanidade e morte —
contada em looping, com palavras se rearranjando, como tijolos desconstruindo a vida.
🎶 Seria uma escolha corajosa.
Porque não é simples.
Não é otimista.
Não é pop.
Mas é absurdamente honesta.
📎 Mandar “Construção” pro espaço é dizer:
“Fomos capazes de criar beleza mesmo em meio ao concreto.”
“E essa beleza... também sangra.”
🧠 E você, mandaria qual?
A pergunta incomoda porque é definitiva.
Escolher uma música é, de certo modo, escolher um epitáfio sonoro.
💡 Mas talvez o importante nem seja a escolha em si —
mas o exercício de imaginar o que vale ser lembrado.
📎 Porque no fundo, enviar uma música pro universo é como escrever numa garrafa e jogá-la no mar.
Não importa se alguém encontra.
Importa que ela carrega algo que precisávamos dizer.
E nesse silêncio cósmico, talvez o mais poderoso seja isso:
um vinil girando devagar onde ninguém escuta —
mas ainda assim tocando.