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Tentando tapar os buracos na minha cabeça...
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domingo, setembro 28, 2025

🚧 99: A beleza do quase e o número mais inquieto do mundo

 "Faltava um. Mas talvez seja esse ‘um’ que nos mantém vivos."

O Noventa e Nove: A Inquietação Antes do Centenário

Noventa e nove é um número que nos cerca e nos desafia. É o último passo antes da linha de chegada, o respiro antes do centenário. É a missão final de um jogo que você adia, o "quase lá" que nunca se transforma em "cheguei". No mundo digital, somos bombardeados por ele: 99 notificações, a bateria em 99% 🔋, 99 passos para a felicidade. Ele representa a promessa, a expectativa e, muitas vezes, o medo do que virá depois.

Este post era para ser o de número 99, mas a vida tem seus próprios planos e me empolguei escrevendo outros antes. E, ironicamente, essa é a prova perfeita da beleza do incompleto. A vida é cheia de desvios, de inícios que não terminam e de finais que não entregam o clímax esperado. O que acontece com o 100? Na maioria das vezes, ele simplesmente... acaba. Não há fogos de artifício ou grandes revelações. O final pode ser um anticlímax, e talvez por isso tanta gente pare no 99. É o prazer no processo, o alívio de não ter que fechar tudo com chave de ouro, o medo do fim.

O 99 é a manifestação da nossa "falta de acabativa", a expressão que sumiu dos consultórios de RH, mas que ainda nos define. É mais autêntico e humano parar no 99 em alguns casos do que forçar o 100. Há uma beleza e um alívio em não ter que concluir, em deixar algo em aberto. Talvez seja essa pequena falta que nos mantém em movimento, a busca incessante pelo próximo passo, pelo próximo desafio. Afinal, a perfeição pode ser entediante, mas o "quase" é sempre intrigante.


sábado, setembro 20, 2025

🏃‍♂️ Post Extra — O Quarto Lugar

 
📌 Epígrafe

“Nem sempre é sobre subir no pódio. Às vezes, é sobre não desistir da corrida.”


Toda vez que assisto a uma competição que termina em pódio, minha atenção vai direto para o quarto lugar. Talvez seja o coração de concurseiro falando: sempre buscando a vaga, sempre tentando ficar entre os que “entram”.

Mas pensa comigo: esse atleta treinou tanto quanto os medalhistas, deu o mesmo suor, suportou as mesmas dores, enfrentou as mesmas renúncias. E, no final, ficou a centímetros — ou segundos — de ser lembrado.

É duro. A maioria dos esportes só celebra os três primeiros. Do quarto em diante, a narrativa vira silêncio. E esse silêncio dói.

Ainda assim, gosto de imaginar que, para alguns desses “quartos colocados”, o resultado seja motivo de orgulho. Que, mesmo com tudo contra, eles pensem: “Nossa, cheguei até aqui.” Porque, no fim das contas, a linha de chegada não conta apenas a posição: ela conta também a história de cada um que correu.

E não é isso a vida? Nem sempre conseguimos a vaga, o troféu, a medalha. Às vezes ficamos ali, no quase. E isso pode ser devastador… ou pode ser combustível. Depende de como escolhemos olhar.

Este texto é para você que já falhou, mas ainda pensa em tentar de novo. Para você que desistiu, mas sente a chama voltando. Para você que está cansado, mas ainda carrega no peito a lembrança de por que começou.

✨ A vida é feita de eternas tentativas. Não se mede só pelo ouro, prata ou bronze. Se mede também por cada recomeço, cada insistência, cada chegada — mesmo que seja em quarto lugar.

📌 Pensamento Final
As corridas de rua entenderam bem isso: no pódio só sobem três, mas todos que cruzam a linha recebem uma medalha. Não é pelo “o importante é participar”. É pelo “nós reconhecemos o quanto você lutou para chegar até aqui — e isso também merece ser celebrado”.

Então siga. Continue lutando.
O quarto lugar também é vitória.

terça-feira, setembro 09, 2025

🎬 Post Extra — Finais que Apertam o Coração

 De vez em quando a gente tropeça num filme ou livro que dá aquela apertada inesperada no peito. Às vezes já estamos prontos para isso, mas muitas vezes o soco vem de surpresa.

Lugar-comum falar de À Espera de um Milagre ou À Procura da Felicidade, que nos despedaçam e, ao mesmo tempo, consolam. Ou do final aconchegante de Um Sonho de Liberdade, depois de tantos percalços. Há os espetaculares, como o de Interestelar, com a promessa cumprida no tempo errado — e, ainda assim, no tempo certo. Ou os tristes, como A Chegada, que desde o início sussurra: “vai doer, mas você vai até o fim comigo”.

Nos livros, o impacto é ainda mais íntimo. Em Flores para Algernon, a revolta contra a crueldade do mundo vem junto com a empatia pelo personagem. Em O Cordeiro, que parecia apenas uma comédia debochada, o final escancara uma seriedade inesperada. O Apanhador no Campo de Centeio fecha suave, como um abraço discreto. Já em O Dia do Curinga, subestimado perto de seu “irmão famoso”, tudo se amarra de forma quase mágica. E, recentemente, Devoradores de Estrelas me arrancou lágrimas com um desfecho que eu jamais esperava — e que torço para o cinema não ousar estragar.

Não são finais felizes que me perseguem, mas finais impactantes. Aqueles que não deixam “gostinho de quero mais”, mas que dizem: “já foi perfeito até aqui, e basta”. Histórias que nos lembram que continuar por continuar nem sempre é o melhor.

E aí penso na vida. Será que, em algumas situações, também desejamos isso? Que algo termine bem, do jeito que tem que terminar — não prolongado, não esticado além do necessário. Apenas um fim justo, que abre espaço para a próxima história.

Talvez seja esse o aprendizado secreto: viver como quem lê um bom livro. Guardar as páginas com carinho, deixar o coração apertado pelo final… e, ainda assim, seguir adiante para abrir o próximo.

Epígrafe:
“Nem toda história precisa durar para sempre. Algumas só precisam terminar do jeito certo.”


🩹 Post Extra — Feridas que não se fecham

 “Há feridas tão grandes que nunca cicatrizam.” Frodo sabia disso. Nós também.

Quando alguém que amamos vai embora, não existe manual de instruções. Nenhum cronômetro para marcar quando a dor deve acabar, nenhum guia para ensinar como reorganizar a vida sem aquela presença. A ferida continua ali: às vezes discreta como uma pontada leve, às vezes gritante como uma chama que insiste em queimar por dentro. Mas sempre presente.

Frodo carregou o fardo até o fim. E se você entendeu o final, sabe bem: algumas dores não passam, apenas mudam de forma.
Mas aqui, fora das páginas de Tolkien, aprendemos algo parecido. Descobrimos que a dor não precisa parar para a vida continuar.

Porque viver não é apagar. Não é esquecer. Não é fingir que nada aconteceu. É seguir com a ferida, com a lembrança, com o espaço vazio que jamais será preenchido do mesmo jeito.
É reaprender a sorrir mesmo com a cicatriz latejando. É encontrar beleza nos dias comuns sem exigir que ela cure o que não tem cura.

No fundo, a ausência não some. Ela só aprende a morar em silêncio dentro da gente — e nós aprendemos, pouco a pouco, a dividir espaço com ela.

Epígrafe:
“A ausência não some — só aprende a morar em silêncio dentro da gente.”


sábado, setembro 06, 2025

🌞 Post Extra — O Que Você Faria Se o Sol Desaparecesse?

 Imagine o cenário: o Sol desaparece. Simples assim.

A Terra está a 150 milhões de quilômetros dele. A luz que nos aquece demora pouco mais de oito minutos para chegar até aqui. Isso significa que, se o Sol sumisse agora, ainda teríamos esse tempo de vida antes de sermos lançados ao frio do espaço infinito.

O que você faria nesses oito minutos?

Ligaria para alguém (se fosse possível)?
Pensaria em quem mais importa?
Rezaria?
Ou apenas ficaria em silêncio?

Eu sei o que faria.
Provavelmente me sentaria em um banco qualquer e admiraria o fim.
Porque um dos meus maiores medos não é morrer, mas partir sem ter entendido direito o porquê de tudo. Não perderia tempo amaldiçoando o destino nem tentando buscar explicações sobre a razão de o Sol ter desaparecido. Apenas olharia. Estaria presente.

Tentaria perceber o mundo, sentir a realidade.
Um último respiro consciente.

Mas aqui vai o segredo: é muito improvável que o Sol desapareça antes de nós. O estranho mesmo é que, apesar dessa segurança cósmica, raramente paramos para olhar o mundo como ele é — agora.

A vida nos empurra para frente e para trás, entre passado e futuro, mas o único lugar real sempre foi este: o instante presente.

Então, faça o exercício:
Encontre um lugar tranquilo (o melhor que puder).
Sente-se, deite-se, respire.
Por alguns minutos, esqueça os boletos, os problemas, as comparações.
Apenas esteja. Apenas seja.

E depois, agradeça.
Porque o Sol ainda estará lá.
E você, por mais improvável que seja, também.

✨ Epígrafe:
“Não precisamos esperar o fim do Sol para aprender a estar aqui. O presente já é milagre suficiente.”

sexta-feira, agosto 15, 2025

☕ Três Goles de Café — O que é Entropia?

 ☕ Primeiro gole: entropia é a bagunça natural das coisas. Com o tempo, qualquer sistema tende a se desorganizar — de um quarto arrumado até um relacionamento.

☕ Segundo gole: na física, mede a quantidade de desordem ou incerteza em um sistema. Quanto mais entropia, menos previsível é o que vai acontecer.

☕ Terceiro gole: na vida, é o lembrete de que nada permanece igual para sempre. Tudo muda, desgasta, transforma. E a gente pode escolher lutar contra... ou aprender a dançar no meio do caos.

Epígrafe:
"A ordem é só um intervalo entre duas desordens."

🇯🇵 O Soldado Que Lutou Contra o Fim da Guerra (e o Medo de Acreditar na Paz)

  "Nem toda paz é fácil de acreditar. Especialmente depois de tanto tempo na trincheira." A Guerra que Terminou Lá Fora, Mas Não D...