⚔ Antes de escrevermos, já lutávamos.
E, ao que tudo indica, também já contávamos histórias sobre por que lutávamos.
Pinturas rupestres mostram caçadas, combates, rituais.
Muito antes da palavra “história” existir, já havia sangue e narrativa.
📜 A espada ou a desculpa para usá-la?
A guerra pode ter nascido do medo, da sobrevivência, da disputa por comida, território, água.
Mas logo ganhou um enredo: deuses ordenando ataques, heróis conquistando glórias, monstros encarnando inimigos.
Talvez a pergunta certa seja: a guerra precisa do mito… ou o mito precisa da guerra?
🏺 Deuses com armaduras
Zeus não descia com ramos de oliveira; ele lançava raios.
Atena, deusa da sabedoria, também era deusa da guerra estratégica.
No Oriente, Shiva pode destruir mundos inteiros em sua dança.
📎 Quando olhamos para o passado, parece que nossos deuses nasceram já equipados para a batalha — como se a guerra fosse uma parte inevitável da narrativa humana.
📖 Narrativa como armadura emocional
Mesmo quando o conflito era simples — “aquele grupo quer nosso pasto” — a história precisava ser maior:
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“Eles são bárbaros perigosos!”
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“Nossos deuses exigem esta vitória!”
📎 Contar uma história ajudava a lidar com a violência praticada. Transformava caos em sentido.
🧠 O que veio primeiro?
Talvez mito e guerra tenham nascido juntos, como irmãos gêmeos:
um para explicar por que lutamos, outro para garantir que continuaríamos lutando.
📎 A espada corta, mas é a história que convence a levantar a espada de novo.
💭 E hoje?
Ainda criamos mitos para guerras — só mudaram os nomes.
Chamamos de “defesa preventiva”, “operação de paz”, “libertação”.
No fundo, continuamos vestindo narrativas como armaduras emocionais.
Talvez isso diga mais sobre nós do que gostaríamos de admitir:
não sabemos viver sem histórias, nem sem conflitos.
Então, o que é mais antigo? A guerra ou o mito?
Talvez a resposta seja: nenhum começa sem o outro.