Hoje acordei mais cedo e decidi abrir o computador para uma limpeza. Nada demais — só aquele ritual de tirar o pó, dar uma geral e fingir que sou técnico da NASA.
Mas no meio da faxina, percebi o verdadeiro vilão do ruído e do sobreaquecimento que me irritava há semanas: um dos coolers do watercooler simplesmente... não girava mais.
Estava travado. Parado. Só empurrando o ar com a força da boa vontade.
De 2017 até agora, ele esteve ali — firme, silencioso e cada vez mais ineficiente. E o mais curioso: o sistema ainda funcionava. Com calor, com barulho, com desempenho caindo... mas seguia funcionando. Até que um dia, o travamento seria inevitável.
Limpei, lubrifiquei, deixei rodar de novo — e, de repente, tudo ficou mais leve, mais silencioso, mais fluido.
A Metáfora da Placa-Mãe
E claro: esse post não é sobre manutenção de computadores. É sobre as relações (e talvez sobre você).
Quantas vezes a gente mantém "o sistema" rodando — um namoro, uma amizade, um emprego — mesmo com as peças travadas? Empurra a poeira pra debaixo da placa-mãe e diz "tá tudo bem", enquanto o calor emocional vai subindo até fritar os circuitos.
Um dos dois lados sempre percebe antes. Um nota que o cooler parou de girar. O outro finge que é só o barulho normal da vida. Até que vem o travamento — o término, o colapso, a temida tela azul dos sentimentos.
E quando chega a hora da manutenção, dói. Porque limpar é admitir que estava sujo. Lubrificar é aceitar que o tempo resseca até o que parecia eterno.
Mas, se você faz isso, o sistema respira. O ruído diminui. E a performance da vida volta — silenciosa, fluida, como se dissesse: "agora sim".
No fim das contas, não é sobre PCs, nem sobre corações partidos. É sobre não esperar a máquina travar para perceber que amor, amizade e paz mental também precisam de manutenção preventiva.

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