📻 Quando os marcianos atacaram (ou quase)
Em 1938, uma transmissão de rádio causou um rebuliço nos Estados Unidos: cidadãos saíram às ruas apavorados, alguns armados, acreditando que o país estava sendo invadido por alienígenas. O motivo? Uma dramatização ao vivo da obra A Guerra dos Mundos, de H.G. Wells, dirigida e narrada por um jovem Orson Welles.
O programa foi apresentado no formato de um noticiário urgente — e, como muitos ouvintes sintonizaram já com o programa em andamento, sem ouvir o aviso inicial de que se tratava de uma peça de ficção, o pânico se espalhou.
Algumas pessoas trancaram suas casas, outras fugiram para o interior. E houve quem saísse com armas, pronto para enfrentar os “invasores”. O susto foi tão grande que Orson Welles precisou fazer uma retratação pública no dia seguinte.
De 1938 para hoje: o que mudou?
Naquela época, bastou o realismo de uma transmissão de rádio para causar histeria coletiva. Agora imagine o potencial de desinformação e caos causado por vídeos ou áudios gerados por inteligência artificial, com aparência ainda mais convincente.
Deepfakes, vozes clonadas, fotos hiper-realistas. Tudo isso pode parecer inofensivo em alguns contextos, mas nas mãos erradas — ou sem contexto — pode gerar pânico, manipulação política, danos à reputação e até conflitos reais.
Se uma história de marcianos conseguiu tanto impacto com tecnologia analógica, o que não pode fazer uma IA mal-intencionada hoje?
A reflexão fica: mais do que nunca, precisamos duvidar, checar, pensar antes de reagir. Porque os alienígenas podem não vir — mas as fake news, essas sim, estão entre nós.
Nenhum comentário:
Postar um comentário