Quantas vezes você pode morrer e ainda ser você?
Mickey 17: o filme ideal pra quem ama e pra quem odeia o Pattinson
Dirigido por Bong Joon-ho (de Parasita) e baseado no livro de Edward Ashton, Mickey 17 é uma ficção científica que brinca com ideias profundas usando um visual elegante e uma boa dose de ironia.
A trama gira em torno de Mickey Barnes, um “descartável” – um humano enviado para missões perigosas em outro planeta, que morre e é substituído por uma nova cópia sempre que necessário. E nesse looping de vidas e mortes, Robert Pattinson brilha. Sim, brilha mesmo.
Pattinson entrega várias nuances do personagem em suas múltiplas versões, com direito a uma atuação que mistura humor, cansaço existencial e um toque de loucura. É um prato cheio pra quem gosta dele — e até pra quem não gosta: afinal, ele morre várias vezes. 😅
O filme levanta questões filosóficas clássicas sobre identidade. Se você morre e é clonado, ainda é você? Qual parte de você é transferida? Só a memória basta pra manter sua essência? A obra não dá respostas fáceis — e isso é ótimo.
Além disso, há uma crítica política sutil (ou nem tanto) sobre autoritarismo, colonização e a velha tendência de destruir o que não se compreende. Dá pra ver ecos de regimes totalitários, uma estética opressora e até a ideia de que certos corpos são feitos para morrer em nome do progresso de outros.
Mickey 17 pode não ser o filme mais revolucionário de todos os tempos, mas é instigante, visualmente belo, e levanta questões importantes — tudo isso com uma atuação sólida de Pattinson, que domina praticamente todas as cenas.
Vale a pena assistir com a mente aberta e, quem sabe, se perguntar: quantas vezes você precisaria morrer até deixar de ser você?
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