🌾 Deméter sabia o que era perder.
Quando sua filha Perséfone foi levada ao submundo, a deusa da colheita entrou em luto — e o mundo sentiu.
📎 As plantas murcharam, o frio tomou conta e, assim, nasceu o inverno.
A mitologia grega usou essa dor para explicar algo que todo mundo conhece: a vida é feita de ciclos.
A perda dá lugar ao retorno.
A primavera sempre vem… mas só depois de um inverno longo e silencioso.
🔄 Ciclos modernos (e igualmente cansativos)
Hoje, não dependemos de colheitas para sobreviver, mas nossos ciclos são outros:
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Trabalhar, pagar contas, descansar um pouco, repetir.
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Se apaixonar, perder, superar, tentar de novo.
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Animar-se no começo do ano e, em agosto, já sonhar com as férias.
📎 Assim como Deméter, carregamos uma exaustão silenciosa: o peso do recomeço inevitável.
🕰 O lado bom (e o lado cruel) do eterno retorno
Há quem ache conforto no previsível: o que desce, sobe; o que morre, renasce.
Mas há dias em que parece que o ciclo não é renovação — é prisão repetitiva.
📎 Como um despertador sem botão de soneca: acordar, repetir, fingir surpresa quando o dia termina igual.
Será que somos todos pequenos Deméter, tentando forçar a primavera com as mãos?
🌱 O descanso da terra (e o nosso)
Na mitologia, o inverno de Deméter não era punição. Era pausa.
O solo precisava parar para depois florescer de novo.
Talvez seja isso que esquecemos: até o mito deu um tempo.
📎 Se a deusa da colheita pôde desacelerar, por que nós não?
Quem sabe, em vez de lutar contra os ciclos, devêssemos aprender a descansar dentro deles.
💭 E se aceitássemos os invernos pessoais como parte da história?
Pode soar estranho, mas às vezes o frio é necessário para preparar o calor que vem depois.
Deméter, no fundo, nos lembra:
📎 não há primavera sem pausa, nem colheita sem semente enterrada.
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