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segunda-feira, agosto 04, 2025

🧠 Reflexo Filosófico — Torna-te quem tu és (Nietzsche e a síndrome do avatar)

 "Torna-te quem tu és."

Friedrich Nietzsche

Que belo conselho… até você lembrar que nem sabe exatamente quem é. E que talvez sua versão atual tenha sido construída por algoritmos, influenciadores e traumas mal resolvidos desde 2009.

Nietzsche não estava oferecendo um “siga seu coração” motivacional de autoajuda. Ele estava lançando um desafio brutal: descobrir o que há em você que ainda não nasceu, e fazê-lo viver — mesmo que isso custe a destruição da persona socialmente confortável que você cultiva.

Ser “quem você é” não é reencontrar uma essência perdida num retiro espiritual, mas um processo ativo, criativo e doloroso. É demolir máscaras, desconstruir hábitos herdados, rasgar fantasias de aprovação alheia. Nietzsche falava de autenticidade como uma obra de arte — e não como um "teste de personalidade em 7 perguntas".

Só que vivemos tempos onde performar ser autêntico virou tendência. Exibimos versões editadas de nós mesmos em vitrines digitais — ora ousados, ora vulneráveis, sempre calculados. Não somos “quem somos”, mas “quem parece engajar melhor”.

Talvez por isso essa frase continue a incomodar. Porque no fundo sabemos que ser realmente autêntico exigiria abrir mão de muito. Inclusive da segurança confortável de parecer interessante.

Então, quem é você quando o Wi-Fi cai?

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