🎪 O circo de um homem só
Reflexões sobre uma das letras mais sensíveis de Fabiano Cambota
“O circo de um homem só”, da banda Pedra Letícia, foge totalmente da linha cômica pela qual o grupo ficou conhecido. Aqui, o riso cede espaço ao silêncio, e o cinismo dá lugar à melancolia elegante — quase como uma crônica musicada sobre a vida e os afetos.
A música, que segundo o próprio Cambota é uma de suas composições mais bonitas, narra com delicadeza o ciclo da vida, dos relacionamentos e da solidão. O narrador se compara a um artista solitário de circo, alguém que montou o picadeiro da própria existência com esforço e ternura, esperando que alguém o assistisse... mas ninguém veio.
“Eu montei o circo, mas ninguém pagou pra ver.”
A metáfora do circo é tocante. Não é só sobre o amor romântico — embora também seja. É sobre o trabalho emocional que fazemos ao tentar ser vistos, acolhidos, compreendidos. É sobre as palhaçadas que repetimos para agradar, os truques emocionais que aprendemos a fazer, a lona que armamos esperando por um público... e o vazio das arquibancadas.
“Preparei tudo, fiz tudo como quis, mas era só eu ali.”
No fim das contas, a música toca num ponto que muita gente evita encarar: a solidão que pode vir mesmo depois de todos os esforços. E o luto silencioso que vem ao perceber que o espetáculo foi lindo, mas ninguém ficou para aplaudir.
💬 “É sobre ser palhaço, domador, mágico e bilheteiro ao mesmo tempo. E ainda assim não ter plateia.” — como bem disse o site Debate Direito.
Não é uma música para ouvir correndo. É daquelas que nos pegam desprevenidos. Que lembram da criança que um dia sonhou em ser amada, e do adulto que tenta fazer caber o coração em poucos minutos de canção.
E talvez o mais bonito disso tudo: ela nos faz companhia — mesmo quando o nosso picadeiro parece vazio.
🎧 Já ouviu? Vale cada segundo.
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