“Fortis fortuna adiuvat” — A sorte favorece os corajosos.
(tatuagem inscrita nas costas de John Wick)
Sempre ouvi que “é preciso sair da zona de conforto”. Como se fosse um mantra, uma receita infalível para o sucesso. Mas confesso: na maior parte do tempo, eu só quis entrar nessa tal zona. Ter paz, estabilidade, um cantinho tranquilo para respirar sem sentir que cada passo é uma batalha.
Não que eu não tenha me esforçado — claro que sim. Mas muitas vezes, as coisas que deram certo na minha vida não foram fruto de uma estratégia brilhante, e sim de um acaso bem-vindo. Muita coisa simplesmente caiu no meu colo, às vezes literalmente.
E aí vem aquela sensação estranha: será que mereci? Será que fiz o suficiente? Aí lembro de uma frase que sempre aparece: “sorte é o encontro da oportunidade com o preparo”. Mas, honestamente, nem sempre eu estava preparado. Eu apenas abracei o que apareceu. E, no fim, “deu bom”.
Talvez a zona de conforto não seja o lugar da preguiça, como muitos pintam. Talvez seja apenas o lugar onde você sente que cumpriu sua parte — ainda que pequena — e que, por um instante, pode descansar. O resto é a vida cuidando de jogar, de vez em quando, uma sorte inesperada no nosso colo.
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